terça-feira, 4 de junho de 2013

SIC negoceia entrevista a Presidente Eduardo dos Santos


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GNR deteve dois homens na posse de carta de condução falsa da Guiné-Bissau


A GNR anunciou hoje a detenção, em Vila Nova de Foz Côa, de dois homens, de 45 e 55 anos, suspeitos de crime de burla qualificada envolvendo uma carta de condução da República da Guiné-Bissau. Fonte do Comando Territorial da GNR da Guarda disse à agência Lusa que os dois suspeitos, um de nacionalidade angolana e outro português, foram detidos em flagrante delito, pelas 01:00 de hoje, na localidade de Sebadelhe, Vila Nova de Foz Côa. "Os indivíduos foram detidos em flagrante delito, quando estavam a transacionar uma carta de condução falsificada da República da Guiné-Bissau", indicou a fonte. LUSA

INTIMIDAÇÃO: Waldmar, o cidadão brasileiro que foi confundido no Tá-Mar, tendo sido intimidado, despediu-se das Nações Unidas e encontra-se já no Brasil. "Já fui várias vezes assaltado no meu país" - terá confidenciado quando foi ouvido. AAS


segunda-feira, 3 de junho de 2013

Estado "ruinoso"


A economia da Guiné-Bissau encontra-se em estado considerado “ruinoso” por instituições económicas como o Banco Central dos Estados da África Ocidental. Congelamento das ajudas externas após o golpe, quebra no principal produto de exportação (caju) e também erros de governação são as principais causas apontadas, segundo o Africa Monitor Intelligence.

A “newsletter” adianta que as dificuldades são vistas como um elemento propulsor de iniciativas em marcha para resolução da profunda e prolongada crise em que o país se encontra, em que Portugal, Angola e também Brasil têm sido dos principais atores a nível externo. Um agravamento tendencial da mesma pode degenerar em perturbações sociais de difícil controlo. No seguimento do golpe de Estado de 12 de Abril de 2012, cessaram todos os programas de ajuda externa, que globalmente representavam cerca de 70% da receita orçamental.

A produção de caju, motor da economia, está declinante. A última campanha promovida “em boas condições”, 2011, atingiu a cifra recorde de mais de 120.000 toneladas comercializadas e uma receita superior a 100 milhões de euros. Entre os indicadores do estado actual da economia avulta o de que as empresas internacionais implantadas no país retiraram os seus capitais – supostamente em razão de falta de confiança. A campanha do caju, que pelo calendário agora se iniciou, tende a redundar em fracasso, adianta o Africa Monitor.

Os compradores locais da produção estão manifestamente desprovidos de dinheiro para o negócio – que por isso está paralisado. Os grandes compradores finais, indianos, que por esta altura em grande número demandavam o país, para celebrar contratos de importação, estão ausentes. As estimativas vão no sentido de que a produção se vai perder, por não ser colhida ou por falta de escoamento; a que se aproveitar será através da economia informal – exportação clandestina para o Senegal. Segundo as fontes citadas pela “newsletter”, a aflitiva situação económica também não é estranha à deficiente governação do país – um fenómeno devido à má preparação geral dos governantes e à sua excessiva concentração em assuntos de interesse individual. AM

Tristeza não vai à escola


"Nasci, cresci e sempre ouvi falar do dia 1 de junho que é considerado "dia internacional das crianças"

Acolhi esta data com satisfação e nunca duvidei do facto deste dia ser considerado dia de todas as crianças, repito de todas a crianças em todo o mundo. Volvidos mais de que 4 decadas desde a minha nscença, eis que este ano e precisamente no dia 1 de junho, alguem fez-me duvidar do facto deste dia ser considerada "de todas as crianças". Essa pessoa é uma criança de 7 anos, de nome Justiline Té, vulgo "JÚ". Numa conversa que esta criança teve com um colega meu, este o perguntou:

- Jú, diz-me, 1 de Junho é o dia de quê?

Prontamente a resposta surgiu

- É o dia das crinças que vão à escola.

Ficamos um bocado perplexos com a resposta e depois de alguma análise, concluimos o seguinte: Se há resposta certa é esta dada pela minha querida Jú. Na reaalidade, quer queiramos quer não, esta data só se comemora nas escolas. Nenhum pai, principalmente na Guiné-Bissau faz festas a crianças antes desta entrar na escola. Porque então considerar a data como sendo de todas as crianças?

Bolingo Cá
"

Stop!!!


"Polícia de trânsito
 
O Ministério do Interior tem que desempenhar o seu papel de Instituição importante na gestão da ordem social.
É simplesmente incrível como se comportam os polícias de trânsito na Guiné-Bissau. Passam toda a vida na estrada (até parece que não têm casa ou família), violam sistematicamente os direitos dos condutores e das famílias, mandam parar as viaturas sem motivos para tal, pedem dinheiro incontrolavelmente e transmitem para fora a imagem de muita mendicidade e de falta de dignidade.

É preciso ensinar aos polícias de trânsito que se não for no quadro de uma operação devidamente autorizada ou em caso de uma manobra perigosa, ou ainda de excesso de velocidade não têm o direito, repito, não têm o direito de mandar parar uma viatura. A isto chama-se violação do direito à privacidade. É bom que a Liga Guineense dos Direitos Humanos comece a olhar para este tipo de violação dos nossos direitos.
"

Guineense expulso de Portugal, mas o seu país recusa recebê-lo


Um cidadão guineense recebeu do SEF ordem de expulsão de Portugal, por não ter documentos. Mas, chegado à Guiné-Bissau, também foi rejeitado. Por duas vezes. As autoridades não sabem o que fazer. Suleimane Camará tem 25 anos. Vive agora escondido, em casa do pai, em Gaia. Não sai à rua, com receio de ser visto e outra vez detido por inspetores do Serviços de Estrangeiros e Fronteiras (SEF). Tem medo de voltar a passar os momentos de desespero vividos desde 7 de maio, dia em que as autoridades portuguesas tentaram, pela primeira vez, metê-lo à força num avião em Lisboa para ser deportado. "Comecei a morder-me para arrancar com os dentes as veias do pulso. Preferia suicidar-me, ou que me dessem um tiro na cabeça, do que ter de voltar para a Guiné, onde não tenho ninguém", garante, ao JN.

Leia mais sobre esta HISTÓRIA TRÁGICA e TRISTE

SERIFO MANÉ foi exonerado em abril do cargo de director geral dos Serviços de Informações do Estado, mas continua serenamente em funções e a assobiar para o lado. E porquê mesmo? Porque foi 'exonerado' pelo ministro da Justiça - a quem não responde e nem deve satisfações. Serifo Mané responde directamente, apenas e só, ao primeiro ministro Rui Barros. Só mesmo na Guiné-Bissau...AAS


Andar aos papéis...


"O Presidente golpista Serifo Nhamadjo e os seus conselheiros demonstram não estarem a altura dos cargos que ocupam, quando tentam tomar todos os guineenses como atrasados mentais, incapazes de fazerem exercícios de dedução lógica sobre os factos relevantes da vida do país! Na sua nova saída para tratamento médico, Serifo Nhamadjo disse publicamente que estaria “a cumprir as orientações médicas e, que devem impreterivelmente ocorrer nos próximos 3 meses, para se ter a certeza da estabilização da diabetes e colesterol que com as oscilações e stresse, podem abalar qualquer ser”, e que por isso estava “muito cauteloso para evitar outra recaída e nada mais”.

Como é sabido, atualmente a Medicina é feita cada vez mais baseada na evidência, o que permite ter linhas de orientação internacionais de diagnóstico e tratamento de doenças específicas, que podem sofrer pequenas adaptações aos recursos e necessidades de cada hospital, região ou país, mas raramente com diferenças significativas… Apesar dessa possibilidade de introdução dessas alterações locais ou regionais, como médico, não vejo qualquer lógica na existência de um protocolo para monitorização do tratamento da Diabetes e Colesterol, que implica controlos médicos cada 21 dias! Por norma, o controlo dessas doenças faz-se trimestralmente quando instáveis, ou até semestralmente numa fase de maior estabilização. Mesmo que tivesse sido particularmente aconselhado ao Presidente golpista esse esquema de “cada 21 dias, durante três meses”, o controlo da Diabetes e Colesterol é feito apenas com uma colheita de sangue para análise, penso eu passível de ser realizado na Guiné-Bissau e a consequente ajuste da dose dos medicamentos, também poderia ser feito no país ou apenas através de uma chamada telefónica para o exterior…
Com base nessas declarações do Presidente golpista, ouso afirmar desde já que é muito mais provável que as notícias antes veiculadas de que sofre de cancro da próstata e/ou de cancro num outro órgão, seja a mais correta...

Sendo cancro da próstata, significa que é resistente ao tratamento hormonal mais frequentemente usado, não tem indicação para tratamento com intenção curativa (radioterapia e/ou cirurgia) e muito provavelmente já tem metástases (“ramificações do cancro”) noutros órgãos, motivo pelo qual necessita de tratamento quimioterápico. A título de exemplo, Paclitaxel e Docetaxel são dois dos quimioterápicos mais usados nesse tipo de tratamento do Cancro da Próstata, são curiosamente administrados cada 21 dias e precisam sim de vigilância dos efeitos secundários, entre os quais a baixa do nível dos glóbulos brancos (neutropenia), que são células de defesa do nosso organismo e, quando surge, o doente torna-se mais suscetível a infeções graves e oportunistas (aqueles que não causam problemas a pessoas com a imunidade intacta).

Serifo Nhamadjo e seus conselheiros são tão básicos, manipuladores e irresponsáveis, que não conseguem pensar na dimensão e a abrangência da figura de um Presidente da República! Esquecem-se que o Presidente da República tem um cargo que lhe permite determinados privilégios, como usufruir de tratamentos não acessíveis à esmagadora maioria da população guineense e que é esse povo que, de uma forma ou outra, custeia-lhe essas deslocações e o próprio tratamento. Portanto, apesar de não ter sido escolhido pelo povo para desempenhar o cargo de Presidente da República, Serifo Nhamadjo tem a obrigação moral e institucional de transmitir ao povo informações corretas, por escassas que sejam, relacionadas com a sua saúde, no mínimo para justificar as frequentes deslocações ao estrangeiro. É incorreto um Presidente da República mentir deliberadamente ao povo, tratando-os como ignorantes, principalmente numa fase delicada da situação política e social do país, relacionada com a criação de um novo governo. O que Serifo Nhamadjo e seus colaboradores deviam saber, é que, infelizmente a doença e a morte não se consegue esconder por muito tempo!

Serifo Nhamadjo é tão irresponsável que, apesar de condicionar toda a agenda política de um país, suspendendo e condicionando a criação de um “governo de inclusão” ao seu próprio tratamento, ainda vem mentir ao povo, tentando minimizar a sua situação de saúde, sem ter a noção que seria grave que uma situação de saúde tão vulgar como o controlo da Diabetes e do colesterol justificassem tal estagnação do país!

Tive uma sensação estranha e indescritível, quando li que Serifo Nhamadjo afirmou que “a democracia tem os seus valores e são para serem respeitados e cumpridos…” De que democracia falava Nhamadjo!? Ou a doença já lhe afetou o cérebro e perdeu a noção de onde se encontra e em que posição se encontra, ou está a reinventar um novo conceito de democracia nascido de um golpe de estado! É impressionante ouvir isso de um presidente saído de um golpe de estado! Onde estavam os valores democráticos desse senhor, quando aliou-se aos militares para chegar ao poder!? Esses valores não eram para serem respeitados e cumpridos!? Agora interessa defender esses valores na democracia por ele inventado, apenas para atrasar a saída dos amigos golpistas da cadeira do poder! Que vergonha!

Termino este texto, manifestando os meus mais sinceros votos de melhoria para Serifo Nhamadjo, para que, ainda em vida, consiga perceber a porcaria que ele e os seus comparsas golpistas fizeram ao país com o golpe de estado e neste dito período de transição.
 
Jorge Herbert"

INTIMIDAÇÃO - Um funcionário das Nações Unidas, afecto aos recursos humanos, foi intimidado no restaurante do hotel Tá-Mar. Foi abordado por dois sujeitos ligados ao tráfico de drogas - terão confundido o Waldmar, que é brasileiro, com um colombiano. Porém, quando perceberam que não era a mesma pessoa, bateram em retirada... AAS

Peter Thompson


De que está ele a falar! Será que ele quer fazer ressuscitar os mortos! Ou será que ele descobriu alguma página em falta na história da Guiné-Bissau! Mas na sua tese desbotada omitiu a corrupção e a droga! Ou será que estes focos são sinónimos de paz! Não deveria ser essa a sua missão! O povo guineense e só povo guineense, sem a interferência ou pressões da comunidade internacional, precisa de se conciliar fazendo uma profunda análise de actual situação do País e como se chegou até este ponto.

A Guiné-Bissau tem de se conciliar e acordar partir da “estaca zero”, sem procurar incriminar, culpar ou perseguir “fantasmas” do passado. Na Guiné-Bissau não faltam individualidades, e felizmente não são poucas, com perfil para alcançar uma paz duradoura, construída numa expectativa de esperança para as futuras gerações. Ódios e perseguições não vão resolver os problemas do País.

Harmonia, paz e amor é o que o povo guineense mais anseia e bem o merece depois de tantos anos de insegurança mas, por vezes, estas palavras escapam aos políticos. Venha a paz que a ecónomia também irá emergir. A Guiné-Bissau tem "trunfos" e capacidades para construir o seu futuro. Quanto ao Peter Thompson, porque não vai este ilustre desconhecido britânico pregar para a sua tabanka, em vez de, com o seu sarcasmo, andar a espalhar a discórdia!

Um abraço

Estado de espírito - Guiné-Bissau não é bem um país. Será mais um projecto sonhado pelos deuses e atraiçoado pelos homens. Da escravatura do colonialismo à independência (quase 40 anos), repete-se o contraste gritante entre a natureza exuberante do seu povo e os homens que a arruinaram. Como se tudo isto fosse demasiado perfeito para a condição humana... Amo o povo do meu país! AAS

domingo, 2 de junho de 2013

sábado, 1 de junho de 2013

Crianças - A triste realidade da Guiné-Bissau


A Guiné-Bissau ocupa a 7.ª posição mundial no relatório da UNICEF sobre a Situação Mundial da Infância 2013, quanto à taxa de mortalidade de menores de cinco anos, com 161 crianças por mil nascidas vivas. No documento, a que a Lusa teve acesso, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) indica que as estatísticas apresentadas, relativas a 2011, "são as mais recentes sobre sobrevivência, desenvolvimento e protecção da criança para países, áreas e regiões do mundo", em que se "inclui, pela primeira vez, uma tabela sobre desenvolvimento na primeira infância".

De entre os países lusófonos, segue-se Angola, na 8.ª posição, com uma taxa de mortalidade de menores de cinco anos (TMM5) -- que representa, nos termos da definição dos indicadores da UNICEF, "a probabilidade de morrer entre o nascimento e exactamente cinco anos de idade, por mil nascidos vivos" -- de 158 crianças em 2011, contra 243 em 1990. Moçambique classifica-se no 22.º lugar da lista, utilizada como "principal indicador dos progressos em direcção ao bem-estar da criança", lê-se no documento, com 103 crianças entre cada mil nascidas vivas a terem elevada probabilidade de morrer nos primeiros cinco anos de vida, em 2011, em contraste com as 226 que se encontravam nessa situação em 1990, indica o relatório.

A 28.ª posição da lista pertence a São Tomé e Príncipe, onde, em 2011, 89 crianças em mil enfrentavam esse limite temporal, contra 96 em 1990. Timor Leste encontra-se no 51.º lugar, com uma TMM5 de 54 crianças em mil, muito menos que a registada em 1990: 180 em mil. O arquipélago de Cabo Verde classifica-se na 91.ª posição, apresentando uma TMM5 de 21 crianças em mil, contra 58 em 1990. Na 107.ª posição, está o Brasil, que ocupa o último lugar entre os países lusófonos com a mais baixa taxa de mortalidade de menores de cinco anos, 16 crianças em 2011, contra 58 em 1990. No relatório, a agência especializada da ONU esclarece que estes dados foram extraídos dos bancos de dados globais da UNICEF e que se baseiam em estimativas do Grupo Interagências das Nações Unidas sobre Mortalidade Infantil (UNICEF, Organização Mundial da Saúde, Divisão de População das Nações Unidas e Banco Mundial).

Segundo o documento, "em 1970, aproximadamente 16,9 milhões de crianças menores de cinco anos morriam a cada ano. Em comparação, em 2011, foi estimado em 6,9 milhões o número de crianças que morreram antes do seu quinto aniversário -- o que coloca em evidência uma queda significativa, no longo prazo, no número global de mortes de menores de cinco anos". Como instrumento para aferir o bem-estar da criança, a TMM5 apresenta várias vantagens, sublinha a UNICEF, a primeira das quais é o facto de medir "um resultado final do processo de desenvolvimento, e não um 'fator de contribuição' -- como nível de matrículas, disponibilidade de calorias 'per capita' ou o número de médicos por mil habitantes, que representam meios para determinado fim".

Além disso, prossegue, "sabe-se que a TMM5 representa o resultado de uma ampla variedade de fatores de contribuição: por exemplo, antibióticos para tratar pneumonia; mosquiteiros tratados com inseticida para evitar a malária e bem-estar nutricional e conhecimento das mães sobre saúde". E ainda "nível de imunização e uso da terapia de reidratação oral, disponibilidade de serviços de saúde para a mãe e para a criança, inclusive atendimento pré-natal, disponibilidade de renda e de alimentos na família, disponibilidade de água potável e de saneamento básico, e segurança do ambiente da criança de maneira geral", enumera a organização. LUSA

Ramos Horta: "Timor-Leste vai abrir agência de desenvolvimento na Guiné-Bissau"


Timor-Leste vai abrir, em breve, uma agência de desenvolvimento na Guiné-Bissau, que terá um orçamento de dois milhões de dólares (1,5 milhões de euros), para apoiar pequenos projetos, revelou o antigo presidente timorense José Ramos-Horta. Falando aos jornalistas no final de uma conferência sobre os Desafios em África, que decorreu sexta-feira à noite na Cidade da Praia, promovida pela Presidência da República cabo-verdiana, o atual representante especial do secretário-geral das Nações Unidas para a Guiné-Bissau salientou tratar-se de um "pequeno gesto" de um país "pobre", mas que pode ajudar dentro das suas possibilidades. "Trata-se de um pequeno gesto que pode fazer a diferença. Apesar de sermos um país pobre, mas com algumas possibilidades, decidimos abrir na Guiné-Bissau uma agência de desenvolvimento com dois milhões de dólares de orçamento, para apoiar projetos pequenos com a sociedade civil, Governo ou a própria agência da ONU", disse. O prémio Nobel da Paz de 1996, atual representante especial do secretário-geral das Nações Unidas para a Guiné-Bissau falou também do processo de transição em curso no país, na sequência do golpe de Estado de 12 de abril de 2012, que interrompeu o processo eleitoral das presidenciais e derrubou o Governo de Carlos Gomes Júnior.

"Acredito que, nos próximos dias, haverá um Governo mais abrangente, aceite por todos, que haverá eleições no final do ano e que haverá um novo Governo constitucional. Nessa altura, terá de haver um maior apoio da comunidade internacional para ajudar o novo Governo a reconstruir todo o Estado", referiu. Manifestando-se "otimista" em relação á transição guineense, Ramos-Horta indicou existir "boa vontade" de todas as partes envolvidas na resolução da questão, tanto mais que, frisou, existe já um "grande cansaço". "Há boa vontade e sente-se também um cansaço entre os militares, políticos e povo, que estão emocionalmente exaustos, mais ainda devido ao ponto insustentável a que chegou a economia", salientou, defendendo que "há que ter paciência" e encorajar todos a encontrarem uma solução, independentemente dos partidos e ambições pessoais.

"A comunidade internacional também está cansada e há tantos desafios no mundo, uma grande crise financeira no mundo. Tenho reuniões frequentes com os todos os partidos políticos e creio que há boa vontade, que têm a consciência de que, desta vez, a Guiné-Bissau tem de sair definitivamente da crise, pois poderá ser a última oportunidade" para o país", frisou. Ramos-Horta advertiu, porém, para a necessidade de a comunidade internacional - Nações Unidas, União Europeia (UE), União Africana (UA) e as comunidades dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) - não exerça demasiadas pressões. "Conhecendo a complexidade da situação, as sensibilidades e o peso da História na Guiné-Bissau, tentamos encorajar e empurrar, mas com prudência, para não ferir suscetibilidades", concluiu Ramos-Horta, que deverá regressar ainda hoje a Bissau, via Dacar. LUSA