terça-feira, 31 de março de 2009

Ditadura do Consenso terá sido lido nas Necessidades?

O ministro dos Negócios Estrangeiros português condicionou hoje, 31 de Março, o envio de um contingente militar para a Guiné-Bissau a um pedido das autoridades guineenses e a um mandato das Nações Unidas e da União Africana (UA).

Em declarações à agência Lusa, por telefone, a partir de Haia, onde participa numa conferência internacional sobre o Afeganistão, Luís Amado defendeu que, a ser criada, a missão deve ser composta por tropas africanas.

"Nós entendemos que devem ser sobretudo tropas da região que devem garantir essa missão para que a UA e as organizações regionais africanas assumam responsabilidade directa na segurança nos processos africanos", disse o chefe da diplomacia portuguesa, quando questionado sobre a eventual participação de forças portuguesas.

"Portugal está a participar a nível técnico e militar na missão para a reforma do sector da segurança da União Europeia. Pensamos continuar a participar como já estamos", referiu.

Amado, que assume actualmente a presidência do conselho de Ministros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), ressalvou, no entanto, que ainda "não há nenhuma decisão sobre essa matéria", mas "apenas uma declaração de intenções".

"Se houver um pedido das autoridades guineenses, com mandato das Nações Unidas e da União Africana, de uma missão militar de apoio às autoridades (...) da Guiné Bissau e de apoio à segurança do processo eleitoral, o que os ministros da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa) declararam foi apoiar essa iniciativa da CEDEAO (comunidade Económica dos Estados da África Ocidental)", disse o ministro.

Luís Amado referiu que foram estas "as cláusulas de salvaguarda que foram estabelecidas pela CPLP" no Conselho de Ministros extraordinário da última quarta-feira, na Cidade da Praia, Cabo Verde, relativamente à proposta avançada pela CEDEAO.

Questionado sobre o objectivo da criação, também na reunião da Cidade da Praia, de uma troika, constituída por Portugal, Angola e secretariado-executivo da CPLP, o chefe da diplomacia portuguesa esclareceu que nada tem a ver com o eventual envio de um contingente militar, mas para "acompanhar o processo de estabilização da situação na Guiné-Bissau".

Em entrevista à Lusa, na segunda-feira, o primeiro-ministro cabo-verdiano, José Maria Neves, anunciou que a CPLP e a CEDEAO estão a preparar a constituição de um contingente militar para garantir a segurança na Guiné-Bissau.

José Maria Neves afirmou que desde a reunião ministerial da CPLP na Cidade da Praia, na última quarta-feira, a comunidade lusófona está a desenvolver contactos com a CEDEAO, em coordenação com a União Africana (UA) e no quadro das Nações Unidas, para constituir um contingente a enviar para a Guiné-Bissau "desde que os guineenses assim o pretendam".

Hoje, o Governo guineense referiu que "não há nenhum pedido das autoridades guineenses às instituições internacionais para que enviem forças militares" para o país, segundo declarações do ministro da Comunicação Social e porta-voz do Governo guineense, Fernando Mendonça.

Também a chefe da diplomacia guineense, Adiato Nandigna, disse hoje que "não há ameaças" que possam levar o país a pedir uma força de intervenção.

NOTA: Por uma vez, estamos entendidos.

Ai, a crise

A crise mundial chegou finalmente à Guiné-Bissau, e deu nisto. Depois de cinco horas de reunião, houve fumo branco: como estamos em crise - o mundo todo está em crise não é mesmo? - suba-se a parada. E culpe-se a crise: 60 dias sempre são 120 dias! É a crise, estúpidos! AAS

NOVAS 'TECNOLOGIAS'

Para as mulheres (e homens) que não estão ainda integrados/os nas novas tecnologias:

- Sabes o que é um marido DVD?!: - É aquele que se Deita, Vira e Dorme

E um marido DVD + R?!: - É aquele que se Deita, Vira, Dorme e Ressona.

- E um marido CD?!: - É aquele que só Come e Dorme.

Moral da história,

Não há como os antigos VHS... - Várias Horas de Sexo....!!! (como este vosso escriba, ehehehe)

Perguntar ao MNE não ofende, pois não?

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A Embaixada de Angola na Guiné-Bissau, é a única no país cujos carros - todos! - são de matrícula diplomática (CD) - Todos! Mas há matrículas para funcionários de missão diplomática (FM) - que a dita embaixada tem. Mas, para os angolanos é tudo Corpo Diplomático, até um simples funcionário, desde que, claro, seja angolano! Essa é que é essa. Senhora ministra dos Negócios Estrangeiros: tem a palavra, e todo o espaço... AAS

segunda-feira, 30 de março de 2009

Pela primeira vez estou de acordo com Francisco Fadul. Assim, sim! (*)

(*) Só é pena que Francisco Fadul tenha falado como "Embaixador da Paz" das Nações Unidas. Bom, mas como anda tudo nervoso, se calhar foi melhor assim...AAS

60 dias são 60 dias são 60 dias

É uma afronta! O primeiro-ministro, Carlos Gomes Junior, quer, à viva força, modificar o texto da nossa Constituição. Ela diz que a eleição presidencial deve ocorrer "num prazo de 60 dias". Nem mais um, nem menos um dia. E começou a contar desde 02 do corrente...

Temos de parar com aquela mesquinhice crónica: a de não nos importarmos com quem nos governa, mas tendermos a ser implacáveis com quem concorre a governar-nos. Pelos vistos tem sido assim há 35 anos. E ainda nada mudou. Porém, e desta vez, ninguém muda nada! Este País não é quintal de ninguém. Se o Governo não pode e está sem rumo, que saia. Rua!!! Ha quem possa.

P.S. 1 - Hoje, a CPLP falou no hipotético envio de uma força militar para a Guiné-Bissau. Espero que seja para proteger os cidadãos guineenses, pois não ha político que mereça tal força...

P.S. 2 - Pela primeira vez (há sempre uma primeira vez para tudo) cruzei-me de frente com o Presidente da República interino. Afinal, tem tanta escolta como o presidente assassinado: Segurança do Estado, militares e Polícia de Intervenção Rápida. Tudo numa caravana de 6 carros. AAS

Calma. Ainda estou em liberdade - ainda que provisória (ou será condicional?)...

Hoje, recebi muitos telefonemas: "Ouvi dizer que te foram prender". Que nada, eu estou aqui. Encostei o carro, circulo a pé, atento a cada ronco de motor. Uma coisa é certa: não mais andarei escondido e não temo nada! Nem militares, nem políticos, nem 'angolanos', nem 'aguentas'.
A ser verdade que me vão prender hoje, eles que venham. Mas com respeitinho, e de preferência que seja num dos 13 Citroen C5 que o Khadaffi mandou oferecer à tropa. Mas alguém dispensa mesmo o ar condicionado com uma temperatura destas?... AAS

Comunidade Internacional - Um tumor na vida da Guiné-Bissau

As nossas crises resolvem-se sempre fora do nosso País? Óptimo! É o chamado círculo vicioso: uma sucessão, geralmente ininterrupta e infinita, de acontecimentos e consequências que resulta sempre numa situação que parece sem saída e sempre desfavorável a todos. O ponto de partida e a conclusão, carecem de demonstração. Um é demonstrado pelo outro, formando assim um círculo. Vicioso.

Mas, para além de nós, guineenses, há algo que nos tem dificultado (ainda mais) a vida e que se chama - acertaram! - COMUNIDADE INTERNACIONAL. Nome pomposo, cheio de estilo, e que não faz por esconder os vícios: exibe-os. Um tumor na vida do nosso País é o que é, e como qualquer tumor que se preze precisa ser removido. E rapidamente.

- A Gâmbia, por exemplo, pode explicar-nos a razão de tanto vai vem de políticos e militares? O que é que a Gâmbia pensa que é mesmo?

- Portugal, sinceramente, nunca gostou de nós, mas fala em nosso nome como se para tal fosse mandatado. Podemos trocar: Luís Amado - «A Guiné-Bissau perdeu o rumo há muito tempo...» - vem para cá como ministro dos Negócios Estrangeiros, Adiatu Nandigna vai para Portugal como...eu sei lá! E voltam a trocar, mas só depois da crise (que é como quem diz daqui a uma eternidade e mais... seis meses).

- À Líbia, do beduíno, pergunto: Para quê enviar 13 (lá está o número do azar) viaturas para a tropa, ainda por cima automóveis? Eles deviam era pedir 13 Hummer. Estilo.

COMUNIDADE INTERNACIONAL: Já perdemos quase tudo neste País, mas estamos decididos a manter a nossa dignidade, nem que tenhamos que enfrentar exércitos inteiros, deste e doutro mundo. AAS

Fresco que nem uma alface; Rijo que nem um fuso

Depois de três dias de ausência, cá está de novo o pesadelo de algumas pessoas. Não, não fugi, nem me amedrontei (perguntaram-me isso mesmo em alguns e-mail). Quem me conhece sabe que não fujo às guerras (aliás, estou comprador...).

O problema é que, por motivos óbvios, de 'força maior' desapareci da circulação. E como se tudo isto não bastasse - por cima da queda, o coice - a internet móvel ficou sem pio, há já três dias. Ai, MTN...

A partir de agora: NÃO voltarei a dormir fora de minha casa. Não e não!

Djinti garandi ka ta kurri. Nô ta burgunho ma nô ka ta medi!

'Não desanimar'

"Força e não desanimes. A Guiné-Bissau está a necessitar de várias pessoas com coragem para dizerem realmente o que se passa neste País.

G. Silva
"

"A verdade prevalecerá"

"Caro Aly,

Meu nome é Boaventura Santy, estudante guineense em Brasil. Tenho acompanhado o teu ótimo trabalho através do seu blog, tou escrevendo para me solidarizar com você que é o minimo que posso fazer nessa altura.

Sei que deves ouvir muito isso mas nunca é demais elogiar um trabalho bom por isso te digo que estás de parabéns por resgatares a fraca esperança e um pouco de dignidade que ainda não nos tiraram e que não vamos deixar que nos tirem.

O Seu trabalho me faz lembrar o nosso saudoso Amílcar Cabral que contra tudo e todos levantou a bandeira da resistência e mudou o a história do nosso país, de Cabo Verde e da África em geral. Portanto muita força e coragem.

Conseguimos nos libertar de mais de 500 anos de dominação e servidão portuguesa, conseguiremos nos libertar do jugo desses sanguessugas!!! A verdade prevalecerá

"Cabral pensa él cu manda Cabral murri"(Mama Djombo)
"

sexta-feira, 27 de março de 2009

A clandestinidade é romantica; o meu trabalho, uma merda. Ninguém percebe patavina! AAS

Pedro Infanda encontra-se hospitalizado. AAS

Ministério Público mantém Infanda na prisão

Depois de ontem ter sido entregue ao Ministério Público, pelo EMGFA, o advogado Pedro Infanda viu este aplicar-lhe a mais dura das medidas: a prisão preventiva. O advogado do acossado ex-Chefe do Estado Maior da Armada, entrou ainda com um pedido para deixar de patrocinar Bubo Na Tchuto, que se encontra há vários meses na vizinha República da Gâmbia. Pedro Infanda está detido numa das celas da 1a Esquadra de polícia, no centro da cidade de Bissau. AAS

Para o Mundo

O nosso País - a Guiné-Bissau - está praticamente em guerra!


O Governo guineense não diz uma palavra que seja sobre o que está a acontecer neste País. Foge a sete pés no parlamento quando lhe cheira que o assunto é a classe castrense. E nós? Nós vimos bazucas e AK 47 diariamente, somos revistados de uma ponta à outra e humilhados. Andamos 5 quilómetros e parece que já estamos a atravessar a fronteira para o Senegal... As pessoas estão a ser presas arbitrariamente, são assustadas, quiçá espancadas, agredidas de todas as formas, e o Governo nem pia!!!

Vivemos num País assente sobre um vulcão!

A comunidade internacional tem de agir, e já! Há que acabar com os desmandos, as provocações, o mostrar a força. Se isto continuar assim, o povo guineense endossará uma boa parte das responsabildades à própria comunidade internacional - que não está a ser justa em todo este processo. Andam todos na negociata, como se estivéssemos na 'City'.

A noite de ontem, não foi seguramente das minhas melhores noites. Nem a madrugada - que ainda nem a meio vai - está a ser. Ontem, por diversas vezes, gentes 'visitaram' a minha residência na Rua de Angola. Alertado por meia dúzia de chamadas (uma delas do estrangeiro), procurei proteger-me da melhor maneira. Percorri, a pé, correndo sérios riscos, grande parte da escuridão de Bissau para me salvaguardar. Consegui recuperar o computador e outras coisas. Enfim, o indispensável. E até agora...

Por isso, pensei que talvez fosse melhor deixar aqui algumas considerações.

Se as 'visitas' foram por causa do post:

Advogado Pedro Infanda terá morrido na prisão. AAS

# posted by Oremos @ 3:54 PM
- a língua portuguesa dá-me razão: o termo «terá» não é nem sim, nem não; é ficar na dúvida. E a verdade é que toda a Guiné-Bissau falou no assunto. Mas como não têm lugar para todos na cadeia, perseguem o mensageiro. Para o calar, pensando que calarão todo um povo. Mas não.

Se, por outro lado, for pelo post:

+ um na cadeia da tropa - bom, a verdade é que Pedro Infanda esteve mesmo numa unidade militar, preso numa cela fria (não foi lá como convidado para o jantar, portanto). Isto foi confirmado por Zamora induta, hoje proposto para CEMGFA.

Posto isto, pergunto:

Por que me 'visitaram', então? Se um dia nos encontrarmos, é a primeira e única pergunta que vos farei. AAS


P.S.:

Ao Dr. Pedro Infanda,

Eu, e o pacífico povo da Guiné-Bissau respiramos de alívio ao saber - apesar de toda a contra-informação que percorreu, em 24 horas, esta cidade triste e assustada - que está VIVO.

Peço-lhe desculpas pelos danos que eventualmente tenha causado.
Juntos, eu, você e muitos milhares de guineenses indignados continuaremos a luta pela Justiça e pela nossa dignidade. Com coragem, pois, segundo Charles Peguy liberdade é um sistema baseado na coragem
.

Com estima,

António Aly Silva

“Encostem-me a uma parede e disparem”

Março 5, 2009 at 4:54 pm | In Media & Jornalismo, Política |


Vale a pena conhecer um blogue interessante, de um jornalista da Guiné-Bissau, que, apesar do conturbado momento político que se vive no país, tem coragem para aceitar que o espírito seja mais forte do que o corpo, dizendo tudo o que lhe vai na alma. De nome controverso, o blogue Ditadura do Consenso é editado por António Aly Silva, que traz uma mensagem forte no seu cabeçalho: “a dignidade de uma pessoa pode ser atacada, vandalizada, cruelmente posta a ridículo, mas não pode ser-lhe tirada, a menos que a ela renuncie”.

António Aly Silva é um jornalista da Guiné-Bissau, uma pessoa frontal, que diz as coisas que pensa e não tem medo de enfrentar a crítica e o próprio ‘ferro’ (que nos tempos da escravatura servia para amarrar nele os escravos quando iam ser castigados e hoje serve para uns matarem os seus concidadãos). Respondendo frontalmente às perguntas de um jornalista da TVI, António Aly Silva viu-se confrontado com a seguinte pergunta: “não tem receios por dar esta entrevista e por dizer tudo o que aqui disse”? Desafiando tudo e todos, responde: “nenhum! Encostem-me a uma parede e disparem".

quinta-feira, 26 de março de 2009

Rectificação de notícia: Advogado Pedro Infanda, afinal, está vivo. AAS

Kumba Ialá pronto para combates políticos

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O ex-presidente da Guiné-Bissau e líder do Partido da Renovação Social (na oposição), Kumba Mohamed Ialá, vai regressar ao seu país para enfrentar os próximos combates políticos.

A residir actualmente no Senegal, após uma longa estadia em Marrocos, Kumba Ialá afirmou que está "a arrumar a casa" para concorrer às próximas eleições presidenciais antecipadas, um facto que "só dependerá do partido", pois afirma-se "disponível".

Na capital senegalesa, Dacar, o ex-Chefe de Estado guineense tem acompanhado a situação política e militar do seu país e considera que é "utópico" realizar eleições presidenciais antecipadas no prazo previsto na Constituição.

"Objectivamente não há condições para se realizar o recenseamento e todo o processo de preparação. Isso pode levar, no mínimo 40 e tal dias. Objectivamente as condições para as eleições são utópicas", sustentou. Kumba referiu ainda que está a "estabelecer contactos políticos" no exterior e também a buscar meios para arrumar a casa para o embate político.

Advogado Pedro Infanda terá morrido na prisão. AAS

Excitações, monarquia e 'interpet'

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- Hoje, o PRID (Partido Republicano para a Independência e Desenvolvimento) veio assumir publicamente que Aristides Gomes, seu presidente "é o herdeiro natural" do malogrado Chefe de Estado, 'Nino' Vieira. Exigem - e bem - uma comissão internacional de inquérito para se averiguar o atentado ao CEMGFA e o assassinato do Presidente da República. Depois, bom depois dizem que estão "preocupados com as imagens que circulam na internet".

NOTA: Não sabia - juro! - que a Guiné-Bissau era uma monarquia, e menos ainda que o PR 'Nino' Vieira 'designara' um sucessor. Bom, a não ser que Aristides Gomes, era mesmo o vice-presidente do PRID... A verdade é mesmo como o azeite! A propósito: o facto de o PRID ter votado 'sim' no parlamento para o Programa de Governo, foi uma vergonha. Disciplinem primeiro os vossos deputados... Senhores do PRID: acho sinceramente que devem preocupar-se e devem dedicar todo o vosso tempo à internet. Mas fiquem a saber que a internet é pior que os comunistas... AAS

Off the record

A vida começa. Vive-se. Para ver a vida e o Mundo, ser testemunha da História, olhar o rosto dos pobres e dos assustados e os gestos dos poderosos; ver coisas surpreendentes e extraordinárias; máquinas, exércitos, multidões; ver coisas estranhas a milhares de quilómetros, mulheres amadas e homens amantes, crianças; enfim, ver e ter prazer de ver. E porque tenho uma pachorra infinita, e uma humildade permanente digo: a política (que falta) e o futuro (que tarda) estão a cansar-nos. Que não nos falte nada já que a nós nos calhou tudo. AAS

NOTA: Zamora Induta esta na Gambia, a convite do presidente Yaya Jameh. Pode ficar por la... Sobre o advogado Pedro Infanda, disse que a sua prisao "é uma medida preventiva"...e que este será entregue ao Ministério Público... Depois de um belíssimo 'tratamento', claro. A respeito de Bubo na Tchuto, que se encontra na Gâmbia, Zamora nem pestanejou: "Não é minha prioridade". Hum. AAS

terça-feira, 24 de março de 2009

Tretas

Está hoje em vigor, no País, não tanto a Constituição, mas mais a insensatez dos militares, e de alguns militaristas.
Está claro que o Governo de Carlos Gomes Júnior não tem mão no País, e está refém dos militares que põem e dispõem a seu bel prazer.
Os militares querem insultar os guineenses com prisões arbitrárias e outros desmandos - é a prova cabal de quão efémeras e pouco dignas de confiança são as suas promessas (tenho todo o direito a qualificá-lo dessa forma).

Assim, nada mudará. Tudo irá repetir-se, e a frustração instalar-se-á de novo. Nós não podemos seguir, outra vez, por caminhos já duramente trilhados, que jamais levarão a parte alguma. AAS

RAIMUNDO PEREIRA é o Presidente da República interiro, mas é também o candidato desejado pelo Primeiro-Ministro-que-não-sabe-o-que-deseja, Carlos Gomes Junior, à Presidência da República. Um dois em um, portanto. E pode dar em nada...

HENRIQUE ROSA está de 'visita privada' a Cabo Verde, e foi recebido pelo presidente caboverdeano Pedro Pires. E, sim, desta vez falou e disse. Temos candidato. Mais um, portanto. Nô pintcha. AAS

ATENÇÃO Fotografias CHOCANTES

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Choque. Espanto. Revolta. Assim se matam os generais na Guiné-Bissau. E os CULPADOS desta chacina? ENCONTREM-NOS!!! AAS

+ um na cadeia da tropa

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Os golpistas sob comando de Zamora Induta, indigitado para Chefe do Estado Maior General das Forças Armadas, mandou prender Pedro Infanda, advogado do acossado Almirante Bubo na Tchuto, actualmente na Gâmbia, pela conferência de imprensa de ontem...Só não há maneira de prender o António Aly Silva! E porquê? Eles sabem que eu sei que eles sabem...

GUINEENSES: NÃO TENHAM MEDO DOS MILITARES GOLPISTAS, NEM DESTES POLÍTICOS FALHADOS!!! AAS

domingo, 22 de março de 2009

Elis i kantu? Mangadel (*)

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Bom, já são 35 (sim, trinta e cinco!!!) os partidos políticos na Guiné-Bissau. Ontem, foi legalizada a UDS - União Democrata Social.
São tantos, tantos como as alas que existem nas nossas forças armadas. Ou, se quiserem, no PAIGC... partidos! Para pouco mais de 600.000 votantes, é obra - perdão, é uma merda! Desculpem, mas às vezes tem que ser assim. AAS

(*) Quantos são? Muitos.

sábado, 21 de março de 2009

Como é, camarada?!

José Mário Vaz, ministro das Finanças, do alto do pedestal: "Se não conseguir pagar os salários com receitas internas, demito-me!".

Sr., Mário Vaz, a porta da rua é a serventia da casa... AAS

sexta-feira, 20 de março de 2009

A história, às vezes, repete-se

AQUI

Entrevista a 'Nino' Vieira

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Entrevista: António Aly Silva

Nino Vieira acusa o actual presidente da República em exercício, Malam Bacai Sanhá, de ter sido o autor moral do golpe de Estado de Ansumane Mané.
E desconfia também da mão do ex-primeiro-ministro Saturnino da Costa. Em entrevista exclusiva a O Independente, o presidente deposto não deixa também de comentar a ausência diplomática do ministro Jaime Gama: “Como houve um vazio, retomaram-se os combates.” Nino Vieira diz-se agora de saúde e pronto para voltar à Guiné, desde que lhe dêem as garantias de um julgamento justo. Em que, aliás, não acredita.


Quando teve conhecimento do levantamento militar de 7 de Junho de 1998?

Às duas horas da manhã. Os ministros da Defesa e do Interior, Samba Lamine Mané e José Pereira, informaram-me que o brigadeiro Ansumane Mané tinha comunicado que ia haver nesse mesmo dia uma reviravolta na Guiné e que ia tomar conta da situação. Chamei o presidente da Assembleia Nacional Popular (ANP), Malam Bacai Sanhá, e o primeiro-ministro Carlos Correia. Bacai Sanhá perguntou-me como era possível Ansumane Mané organizar uma acção destas. Respondi que não sabia. Ficámos na expectativa até ouvirmos os primeiros tiroteios.

Curiosamente, houve quem fosse morto e quem fosse poupado pelos revoltosos…

Os que foram mortos nem eram militares. Mas o Saturnino da Costa, que passou por ali no dia seguinte, não foi preso. Podia até ser morto. A esposa do actual presidente da República chegou dias depois mas ninguém tocou nela, nem no carro. Depois do Acordo de Abuja, o carro apareceu nas mãos de Bacai Sanhá, intacto.

Que ordens deu depois do levantamento?

Não houve ordens nenhumas, fomos surpreendidos. Samba Lamine disse-me que podíamos tentar negociar e encontrar uma solução. Mas, como continuaram a bombardear, perdemos o contacto.

E foi aí que pensou em chamar as tropas do Senegal e da Guiné-Conacry?

Pedi esse apoio cinco ou seis dias depois, ainda tentámos resistir. Só depois dos contactos que tive com o exterior – Dacar e Burkina-Faso – é que decidi pedir a intervenção, com base nos acordos de defesa que tínhamos com eles.

Estava consciente de que a maioria dos efectivos das Forças Armadas estava do lado dos revoltosos. Por que é que não consultou a Assembleia Nacional Popular (ANP)?

Não foi só isso, porque a Junta estava a destruir a cidade e a matar civis inocentes. Como é que eu podia reunir a ANP se estive com o seu presidente até às cinco da manhã? Estava tudo em debandada, ninguém olhou para trás.

Mas depois a ANP reuniu-se…

Sim, depois do Acordo de Abuja. Foi uma assembleia debaixo de ameaças, no terreno da Junta Militar. Estava tudo cercado pelos revoltosos. E a primeira coisa que a ANP fez foi demitir o presidente.

Está a dizer então que o próprio Bacai Sanhá faz parte da conspiração?

Claro. Foi um complot. Se me demitem e não me informam, é até uma vergonha para a nossa assembleia. Quem me elegeu foi o povo. Quando os meus colegas ouviram isso, muitos perguntaram-me: “Mas foste eleito pela ANP ou pelo povo?”

Como é que explica que o brigadeiro Ansumane Mané, homem da sua confiança, se revoltasse contra si?

Faço-lhe a mesma pergunta. Se não se revoltou durante todos estes anos, porque razão o fez quando foi suspenso das suas funções de chefia militar? Não sei muito bem quem o instigou. Conviveu comigo durante 37 anos e só agora é que achou que eu era ditador?

Faz ideia de como tudo terá começado?

Foi com a queda do governo de Saturnino da Costa. Algumas pessoas não gostaram e aproveitaram-se. Quando regressei de França, já estava tudo cozinhado. E serviram depois a refeição.

Como classifica a intervenção diplomática portuguesa durante o conflito?

Logo nos primeiros tempos, os ministros dos Negócios Estrangeiros de Portugal e Angola (Jaime Gama e Venâncio de Moura) foram os primeiros a chegar, depois da Gâmbia. Reuniram comigo e com a Junta Militar e houve o primeiro encontro entre as duas partes no navio da armada portuguesa “Côrte Real”. Falou-se de tréguas mas não evoluiu e a guerra foi retomada…

Porque acha que não evoluiu?

Porque não houve continuidade. Se Jaime Gama e Venâncio de Moura tivessem continuado os contactos, a coisa até podia resolver-se. Mas como houve um vazio, retomaram-se os combates. Sabe, na linha da frente basta um tiro para recomeçar tudo. Foi o que aconteceu.

Vou insistir: o que é que falhou?

A Junta Militar não respeitou o Acordo de Abuja. A CEDEAO, que tinha de enviar um efectivo em Homens, não cumpriu, e os países que prometeram a ajuda, falharam. O único país que financiou a operação foi a França, mas num número muito inferior ao acordado. O embaixador da França disse-me até que esse orçamento só seria suportado até ao mês de Julho. Se não houvesse mais apoios, ficariam de fora. Apelei à Comissão Nacional de Eleições para que adiasse as eleições para Julho e a maioria dos partidos políticos aceitou. Mas a Junta Militar, o Francisco Fadul (actual primeiro-ministro) e o Movimento Bã-Fata, entre outros, não viram com bons olhos a minha decisão.

Chegou a ter efectivos militares superiores aos permitidos?

Não é verdade. É uma grande mentira e em nenhum dos acordos se falou de números. O batalhão da guarda presidencial devia continuar. Como é que eu podia andar em Bissau com uma guarda de seiscentos homens? Sempre andei com dois carros de escolta. Incutiram mesmo na cabeça do Ansumane Mané que ele devia ter o mesmo número de homens e até já lhe chamavam de co-presidente…

Mas aparentemente davam-se muito bem nas imagens da televisão….

Quando nos encontrámos no Togo foi tudo muito bonito. Eram continência, respeito e disse sempre que o que eu achasse estava bem…

Está a dizer que Ansumane Mané fez bluff?

Talvez sim. Mas em Bissau, tornou-se difícil um encontro com ele. A primeira vez que isso aconteceu foi quando lá esteve a comissária da União Europeia, Emma Bonino, e depois com o ministro Jaime Gama e com João de Deus Pinheiro.

Não acha que a ausência das forças militares do Senegal e da Guiné-Conacry precipitaram o golpe de 7 de Maio?

Sim. Houve também grande pressão por parte da comunidade internacional e a imprensa internacional falava de tropas estrangeiras, inventaram mortes, pilhagens. Era tudo falso, até porque foi graças a essas forças que saiu muita gente pelo porto de Bissau. Confiámos mesmo que, saindo as tropas estrangeiras, o Acordo de Abuja seria integralmente respeitado. Infelizmente, eles não o respeitaram.

É acusado de ser um homem muito rico. É verdade que possui bens ou investimentos em Portugal, França e Bélgica?

Você sabe qual é o recurso da Guiné? O país não tem nada, tem que haver ajuda de algum Estado. Ora, se houver algum Estado que deu dinheiro ao Nino Vieira para fazer investimentos que não foram executados, então esse Estado é que é o responsável, porque deu milhões ao Nino e o dinheiro não foi aplicado. Não há nenhum Estado que dê dinheiro ao nosso país nessas condições. Nem é o Nino Vieira o executor na Guiné, nem em Portugal o são Jorge Sampaio e António Guterres. Ouvi até dizer por aí que tenho um apartamento da Expo Urbe – se é verdade, que o mostrem.

Mudemos de assunto. Alguma vez teve conhecimento – como refere o relatório da ANP – do tráfico de armas para Casamança?

Se ler o relatório, vai ver que não há ligação alguma. Falam de omissão, mas quem é que me acusou? Por que é que me querem acusar por tráfico de armas?

Ansumane Mané disse que o avisou, mas que você nada fez…

Isso é falso. Quando o grupo de oficiais foi apanhado a contrabandear armas, ele (Ansumane Mané) perguntou, na presença de todos os chefes dos três ramos das forças armadas: “Quem é que não vende armas?”. Se fosse verdade, eles é que teriam de responder, não eu. Mas eles não responderam, ninguém falou. Se tomei medidas contra o Ansumane Mané, que era o maior responsável, não acha que tinha de fazer o mesmo com os outros?

Foi traído dentro do seu partido, o PAIGC?

Pressenti essa traição aquando da queda do governo de Saturnino da Costa. Os partidos políticos e até mesmo a comunidade internacional contestavam esse governo. Depois, houve uma ruptura no partido – Carlos Correia teve uma boa gestão e eu queria reconduzi-lo – porque Saturnino não era capaz de assumir essas funções. Depois das eleições, fui para França fazer exames médicos. Como Saturnino era secretário permanente do partido, incutiram nele a ideia de que tinha de ser ele o primeiro-ministro. Regressei da viagem e reuni o Bureau Político para consultas, mas já era tarde…

... E Saturnino da Costa foi nomeado…

Sim. E cometia asneiras e todo o mundo sabia disso. Até no próprio PAIGC foi contestado. Os partidos da oposição também reagiram e fizeram um abaixo-assinado a pedir a salvação do país. Havia insegurança, pancadaria nas ruas…

Foi então que o aconselhou…

Primeiro, ouvi todos os partidos e, uma vez mais, todos pediram a sua demissão. Para bem do país, não podia ignorar isso. Até recebi chamadas de atenção por parte da comunidade internacional. A inflação já ia nos setenta por cento. O que seria da Guiné? Então disse-lhe: “Faz uma carta e pede a tua demissão”. Passaram-se horas e entregou-me a carta, mas quando a abri vi que tinha tudo, menos o pedido de demissão. Escreveu mesmo no último parágrafo: “Deixo ao seu critério para fazer o que entender”. Não entendia que a sua gestão era ruinosa e que estava a afundar o país. A Guiné estava a pique e nesse momento o governo dele caiu.

Está a dizer que o próprio Saturnino foi um dos mentores do golpe de Estado…

Eu não digo isso, mas para passar um dia depois do golpe e ninguém lhe fazer nada…

Em relação a Portugal e ao seu governo, independentemente do asilo político…

Sempre tive boas relações com Portugal. Com Cavaco Silva, com o primeiro-ministro António Guterres e com o próprio Mário Soares. Talvez por isso acharam que seria injusto não me dar o asilo. No próprio dia 7 de Maio, falei com Guterres e com o presidente Sampaio ao telefone. Com Mário Soares também.

Vai regressar à Guiné-Bissau?

Para isso, deixei uma declaração. Desde que se criem todas essas condições. Caso contrário será um risco. Mas estou pronto. O povo da Guiné está no meu coração, desde os dezanove anos que me bato por aquele povo e vou continuar a bater-me pela sua dignidade. Usufruo da amizade de muita gente.

Acha que já existem essas condições?

Ainda não me disseram nada. Diga-me uma coisa: como é que se julga alguém sem primeiro ser ouvido? Sou acusado de quê? A ANP pediu-me que fosse ouvido, mas não foram eles quem me elegeram. Até aceitei ir à segunda volta com os resultados que tive. Nenhum presidente em África aceitaria isso.

Exige garantias para voltar, mas não as deu ao ex-presidente Luís Cabral…

Não recusei dar segurança a Luís Cabral. Não lhe podia garantir isso. E a reacção dos familiares que perderam os seus entes queridos durante o seu mandato? Se houvesse qualquer coisa as pessoas diriam: “O Nino chamou Luís Cabral para o matar”. Não podia responsabilizar-me.

Especula-se muito sobre o seu estado de saúde. Quer clarificar isso de uma vez por todas?

No ano passado fui operado. Mas talvez porque sou presidente, uma grande personalidade no meu país, é que as pessoas se preocupam. Foi uma operação normal e estou recuperado.

França está a tentar que a União Europeia corte as ajudas à Guiné-Bissau, alegando que o Acordo de Abuja foi violado e que o actual governo é ilegal. Quer comentar?

A verdade é que o Acordo de Abuja foi violado. Aliás, toda a comunidade internacional condenou essa violação e os ministros dos Negócios Estrangeiros do G-8 também condenaram o meu derrube pela força das armas. Sabe, a África também tem que respeitar a democracia. Apoio incondicionalmente a França.

Não teme que, com o seu regresso, também possa ser responsabilizado pelas mortes de, entre outros, Paulo Correia e Viriato Pã?

Não temo nada! Eles foram julgados e tiveram acesso a advogados de defesa. O Tribunal Militar condenou-os e foram sentenciados à morte. O Conselho de Estado reuniu-se e aplicou a pena capital a seis elementos e comutou outras seis. Isso é da responsabilidade do Nino Vieira? Antes da independência, quantos é que não foram julgados, condenados e fuzilados? Quantos é que o próprio Paulo Correia não fuzilou? O que é que aconteceu aos quatro ex-comandos portugueses que o presidente (Ramalho) Eanes pediu a Luís Cabral? Foram simplesmente fuzilados, sem qualquer julgamento.

Entrevista publicada no semanário português «O Independente», em 1999.

Queres Angola? Toma!

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AAS

Força!

"Meu Caro Aly,

Tenho acompanhado de forma diária as novidades que nos tens trazido dessa Terra que tanto me diz. É com tristeza que ouço as novas de uma Pátria que tem vindo a ser delapidada e enxovalhada por gente sem formação e de dúbio trapio. É com tristeza que também noto o olhar complacente de quem me questiona sobre as minhas origens. É com dor e mágoa que visiono as imagens que alguns meios de comunicação nos transmitem sobre a vida e as dificuldades dos guineenses.
Contudo, apesar de tudo, alegro-me e rejubilo com o facto de saber que há gente, como tu, que se não vergam. Mulheres e homens que se não vendem nem se prostituem. Cidadãos plenos que pretendem o melhor para a sua terra e para os seus cidadãos.
Se não tiveres medo, se te entregares a essa causa, se fores tu mesmo, continua e não temas! Preservera e luta pelo bem e pela equidade.

Um abraço largo e fraterno.

T.V.
"

Meu caro, depois do que escreveste, para quê argumentar? Bem haja e um abraço. AAS