quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Divulgamos a agenda do Primeiro-Ministro

Descobrimos a agenda do 1º Ministro. O homem tem mesmo muito que fazer. As nossas desculpas, e o nosso reconhecimento.

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AAS

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

É mesmo!...

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Desculpas. Depois deste sonoro PQP, passo a explicar motivo que me levou a ir aos arames. Entao não é que o Banco Mundial e o Governo decidiram desencantar cerca de 700 milhoes de francos para criar milionarios...senegaleses?

Eu explico: a EAGB e a SENELEC, empresas guineense e senegalesa, estatais, no ramo da electricidade, lá se juntaram e trouxeram por arrasto o BM e o Governo. Criam-se 'jobs', mas só para senegalês, que em troca prestariam "assistência técnica e comercial" à EAGB.

Desse bolo, 500 milhões servirão para pagar sumptuosamente os nossos vizinhos, que só nos fazem a vida negra nas fronteiras que partilhamos: 9 milhões será o salário mensal do 'boss', outros três levarão para casa (onde quer que isso seja) qualquer coisa como 7.5 milhões de fcfa, e os outros ainda cerca de 3 milhões... Digam lá se nao dá vontade de repetir: Puta que pariu! AAS

Sexta-feira, 13, não é um bom dia para regressar...

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Contra-Almirante 'contra todos' - Bubo Na Tchuto
FOTO(C):AAS

Um não-lugar

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A Guiné-Bissau é uma ilusão, e a prova cabal de como de uma democracia musculada nasceu a força bruta de uma ditadura camuflada. A política é intenção. Um acto político, qualquer que seja, so o é se tem intenções políticas – se não, tem só consequências políticas.

Por cá, ainda continua a haver a necessidade de o político mostrar que é sério, sisudo, para as pessoas os levarem a sério e considerarem que são pessoas sérias e honestas. Que não são.

Por cá, um foi Judas e o outro Pilatos – com a agravante de nem um, nem o outro se terem arrependido. Não há na política homens perfeitos, nunca houve nem nunca haverá, mas há uma grande diferença entre os políticos: há os que se entregam à Nação, e há os que entregaram a Nação.

Hoje inventam-se ministérios com nomes duvidosos e esquisitos, siglas tristes e cinzentas, marcas de um País que desbotou, e que não interessa a ninguém, nem a ninguém consegue entusiasmar.

Tenho assistido ao triste espectáculo que é a tentativa de dominar as consciências humanas, ora pela imposição do silêncio, ora pelo ostracismo a que são vetados e condenados todos aqueles que – como eu – pensam fora do que convém às maiorias.

Por cá continuo, convencido de que há neste País gente séria e capaz, que quer trabalhar e provar que «yes, we can!»; o que não vejo é um programa nacional coerente, descomprometido, e comparando o que são as promessas (eleitorais e outras) e a personalidade com que um candidato que se disfarça, e o que ele é depois de eleito, converto-me sabiamente à solução anárquica...

Alterar este estado de coisas – está claro - é um desafio geracional de proporções bíblicas e implica uma revolução de mentalidades. Porém, também sei que para estes desafios não precisamos de um Estado gordo, nem de qualquer outra autoridade que não funcione.

Precisamos, simplesmente, de nós próprios: dos melhores filhos desta terra. Os mais bem intencionados.

António Aly Silva

Arte, arte

Agora é oficial: O logótipo da CERÂMICA DE BAFATÁ (CB), criado pela empresa AAS (eu!) - Comunicação, Publicidade & Design, vai ser a 'jóia da coroa' da CB, que já tem no porto de Bissau toda a maquinaria indispensável ao seu arranque. E os primeiros tijolos servirão - ah, patriotas! - para reconstruir a casa onde nasceu Amílcar Cabral, fundador das nacionalidades guineense e caboverdiana e que doravante será transformada em museu.

E cá está ele:

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FOTO: Todos os direitos reservados.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

A árvore que 'dá' diplomatas

Somos mesmo o país onde tudo acontece! Descobrimos agora que temos uma árvore que dá...diplomatas!

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Esse, que foi expulso da Bósnia ou lá o que é, sim, o 'dragon ball', esse mesmo, o loiro de olhos azul celeste: nado bósnio, tornou-se cidadão guineense por...porquê mesmo? Sim, ele tornou-se, por artes mágicas, um cidadão guineense, como eu - ainda que nem saiba quais são as cores da nossa bandeira!!! - mas com mais direitos e regalias do que eu!

Um diplomata guineense (falso como Judas) e embaixador (tataflu) e negociante de armas e sabe-se lá que mais... É de bradar aos céus. Agora, o Ministério dos Negócios Estrangeiros que devia antes chamar-se Ministério das Nomeações Esquisitas diz que "está a tentar apanhar o fio à meada".

Alguém saberá, com toda a certeza, onde é que o novelo já vai (parece que estou a vê-lo...), mas por acaso alguém no seu perfeito juízo acha mesmo que se vai apurar a verdade? Temos que derrubar essa árvore que 'dá' diplomatas! Consome muito, muito mais do que todos os cajueiros plantados por esse país... AAS

Agora é que vão ser elas

A CEDEAO respondeu afirmativamente e em tempo record ao pedido do Presidente da República para que lhe fosse garantida (ainda mais) segurança. E, como não podia deixar de ser, Ditadura do Consenso tem novamente um exclusivo para os leitores do blogue. Aliás, temos dois exclusivos: a primeira é a notícia em si; a segunda, são as fotografias do que aí vem. Ora vejam lá e digam se, com esta protecção, o PR precisa, agora, de temer mais alguma coisa.A CEDEAO foi rápida. Mas... será que isto chega? Son pa buri um bocado...

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P.S. - Eu também pedi protecção, mas...nem 'nim', nem sim. AAS

domingo, 1 de fevereiro de 2009

É carnaval!

Hoje, domingo, por volta das 11 da manhã, fui abordado por um ordinário que, a mando de um político (ou devo dizer um político-ordinário?), de resto identificado, me pediu, quase ameaçando e espumando pela boca, que tivesse «cuidado com o que escrevo e sobre quem escrevo».

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É assim: não tenho, nem tempo nem muita paciência para lidar com desgraçados e frustrados. Também não tenho tempo para comentar todo o chorilho de genialidades (muito poucas) e bestialidades (em doses industriais) que diariamente acontecem neste País.

Aprendi muito nos 42 anos de vida que levo. E nenhum pateta neste país me volta a pôr as patas em cima. Ao caminhar em território aberto não incomodes ninguém. Porém, se alguém te incomodar pede-lhe que pare. Se não parar, destrói-o.

E foi desastroso. Um pateta. Tratou-me por tu como se tivéssemos andado juntos na escola e irradiava ordinarice. Que chamava os 'angolanos' e coisa e tal e, coisa mais parva, que também percebia de computadores...

- 'Camarada', traz os 'angolanos' e não prescindas dos aguentas nem do chefe deles... Ah, e não te esqueças da brigada de tanques. Sabes de computadores? Não passas de um idiota com um modem à frente! Agora, lê isto para veres como é que é o Aly na profissão que escolheu. Lê, ou pede a alguém que o faça por ti. Idiota.


O jornal do Aly

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«É impossível escrever sobre o “Lusófono” sem falar no seu director, António Aly Silva.

O “Lusófono” é, de facto e de direito, a cara chapada do meu amigo Aly.
É combativo e generoso, como o Aly.
Pode ser explosivo e mesmo escandaloso, como o Aly.
É frontal e sempre independente, como o Aly.
Gosta de mulheres bonitas e de causas impossíveis, como o Aly.
É corajoso e empenhado, como o Aly.
Investiga e nunca guarda na gaveta uma notícia, como o Aly.
É amigo do seu amigo mas não perde uma boa guerra, como o Aly.
Vai direito ao assunto e não tem rodeios, como o Aly.
É persistente e nunca desiste, como o Aly.
Perdoa com facilidade pequenas zangas mas não aceita cobardias, como o Aly.
É guineense e africano mas nunca deixa de ser português, como o Aly.
Seria bom que todos os portugueses fossem mais como ele. Como o Aly.»


Paulo Pinto Mascarenhas(*)

PS. Parabéns ao “Lusófono” pelos 2 anos de sucesso e que faça muitos mais. Como o Aly.

(*)Editor do caderno «MUNDO», do semanário «O Independente»

MAS HÁ MAIS

- Se a minha posição me coloca em circunstância de me tratarem por TU, caguei para mim que nada valho;

- Se o meu estatuto nesta cidade ainda não foi plenamente reconhecido e permite que párias como vocês me tratem acintosamente por TU, caguei para o estatuto;

- Porém, se nem uma nem outra coisa consentem semelhante linguagem, peço-vos (a si, e a quem lhe mandou) que me informem com brevidade sobre estas particularidades, pois quero saber ao certo se devo ou não cagar para vocês!

POLÍTICOS idiotas. Voltem sempre!
António Aly Silva

sábado, 31 de janeiro de 2009

Chega! Ponto final.

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AAS

Chove em Bissau

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"Tenho tanto por dizer, tanto por te contar que a vida não chega. Tenho o céu e tenho o mar e tanto para te dar que a vida não chega"

A vida é um conjunto de excessos. Chega a engolir-nos. Arrasta-nos como uma onda gigantesca. Entretanto, agradeço à vida o que de bom me coube em sorte. Agora, penso em todas estas coisas como se elas pudessem ter um sentido ainda hoje. Algumas, sim. Outras, nem tanto assim. Outras ainda - é o caso - nem assim que fará assado ou cozido. E é exactamente no meio deste caos que eu procuro a lucidez. AAS

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Patarata

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Repórter da Rádio Nacional:

"Esta música vai dedicada a todos os embaixadores residentes na Guiné-Bissau, muito especialmente para o embaixador de Luanda".

E continuou, entusiamado, rumo ao abismo:

"Sr. Embaixador...zinho...glup... aquele abraço"...

NOTA: O embaixador de Angola na Guiné-Bissau chama-se António Brito Sozinho.

Coisas nossas. AAS

Mwangolé é que daaaa...

A visita a Angola do 1º Ministro guineense deixou mossa: conseguiu que esse país-irmao ficasse 43 milhões de dólares mais pobre, e Cadogo Junior bateu outro recorde: em 48 horas, o chefe do maior governo da nossa história conseguiu que Angola desembolsasse perto de 1.000.000 de dólares por hora! É obra!

Aliás, eu acho até que Cadogo se enganou na distribuição das pastas ministeriais: ele é que estava indigitado para ser o ministro do Comércio, ou, o que ia dar quase no mesmo, encarregado de Negócios da Guiné-Bissau em Angola.
Ja imaginaram? Um ano no cargo e lá tinhamos que partir pedra para arranjar espaço nos cofres do Tesouro para acomodar 365 milhões de dólares!!! - que depois ganhariam asas como aconteceu com a cocaína...
Os terrenos do Alto Bandim é que iam pagar a factura com tanta construção. AAS

Declaro que foi assim

O não fazer está a dar cabo de mim. Mas lá está: "A dignidade uma pessoa pode ser atacada, vandalizada, cruelmente posta a rídiculo, mas não pode ser-lhe tirada, a menos que a ela renuncie."
E eu não renuncio à minha dignidade. Antes a morte.
Agora estou fechado sobre mim mesmo, frequentemente de mal com a minha pessoa e com todos.
Lá fora, talvez seja um homem novo, sem país, sem destino, sem passado nem futuro.
Não conto com mais nada. Não espero nada de ninguém, apenas o prazer de viajarmos juntos no pensamento.
Tudo foi genuíno na minha vida, sem máscaras. Com forte personalidade - claro!.
Os que não morrem, encontram-se - é o que se costuma pensar nas despedidas. E, a julgar pelas lápides nos cemitérios, todo aquele que já morreu era boa pessoa...já leram bem as lápides? Tudo belo. Mas apenas na morte, claro. Mentira. Quando muito, os que um dia se encontraram nunca mais morrem na nossa memória.
Mesmo que apareçam tão-somente assim, esporadicamente, do fundo de uma gaveta, onde vive, arquivada, a luz dos dias felizes.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

telex

Se perguntarem por mim, nao estou. AAS

Terá todo o espaço, Srª. Ministra dos Negócios Estrangeiros

As autoridades bósnias declararam hoje, dia 29, o embaixador não-residente da Guiné-Bissau na Bósnia "persona non grata" devido à sua alegada implicação em actividades criminais.

"A Presidência decidiu declarar Desidério Ostrogon da Costa "persona non grata" devido à sua implicação em actividades criminais", indicou a porta-voz da Presidência bósnia, Irena Kljajic. "Foi implicado em actividades criminais na Bósnia-Herzegovina e em outros países", acrescentou sem fornecer mais pormenores.

Em Novembro de 2003, Desidério Ostrogon da Costa foi detido pela polícia croata que o acusou de ter usado falsos documentos para se acreditar como encarregado de Negócios da Guiné-Bissau na Croácia em Novembro de 1999.

Na altura, a Interpol tomou conta da investigação. A mais recente informação sobre Desidério Ostrogon da Costa remonta a 2003 e dá conta da sua hospitalização em Zagreb após ter sido detido. As circunstâncias da sua libertação nunca foram tornadas públicas.

Diga apenas...

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quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Tinha que ser por causa do vizinho...

Dou a mão à palmatória. Voltei. O 'the end' passa, por enquanto, à história...E volto por causa disto (um bom motivo para voltar, não acham?). Darwin pretendeu que o Homem descenda do macaco, e, assim, foram descendo...

Vamos lá então partir isto aos bocados que é como sabe melhor:

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- Na cimeira anual da CEDEAO, recentemente realizada em Abuja, na Nigéria, um dos pontos discutidos foi o «pedido de protecção para o Presidente da República da Guiné-Bissau», 'Nino' Vieira. Oh la la...

Agora, pergunto eu: que tipo de protecção daria a CEDEAO a 'Nino' Vieira, que aqui, no seu País, não se lhe pode garantir?

'Nino' Vieira, ele mesmo, algum dia garantiu segurança a quem quer que o tivesse pedido ou, mesmo, merecido?

Na entrevista que me concedeu enquanto jornalista do semanário «O Independente» (a 1ª em toda a imprensa mundial), durante o seu exílio dourado, e publicada no dia 16/07/1999, 'Nino' Vieira respondia assim a estas questões:

PERGUNTA: Vai regressar à Guiné-Bissau?

'Nino' Vieira: Para isso, deixei uma declaração. Desde que se criem todas essas condições. Caso contrário será um risco. Mas estou pronto. O povo da Guiné está no meu coração, desde os dezanove anos que me bato por aquele povo e vou continuar a bater-me pela sua dignidade. Usufruo da amizade de muita gente.

PERGUNTA: Exige garantias para voltar, mas não as deu ao ex-presidente Luís Cabral

'Nino' Vieira: Não recusei dar segurança a Luís Cabral. Não lhe podia garantir isso. E a reacção dos familiares que perderam os seus entes queridos durante o seu mandato? Se houvesse qualquer coisa as pessoas diriam: “O Nino chamou Luís Cabral para o matar”. Não podia responsabilizar-me.

Senhores da CEDEAO: deixem 'Nino' Vieira segurar-se com o que tem à mão. Afinal, toda esta segurança (ou melhor, a falta dela) tem que ver com as políticas arcaicas e da idade da pedra, cometidas pelo mesmo 'Nino' Vieira, o homem que agora querem «proteger»... E quem diz 'Nino' Vieira, diz Koumba (ou Mohammed), Cadogo, Manuel, Carlos, e todos os outros projectos de políticos que este País viu nascer. Não seria melhor cuidar das nossas reservas naturais? Ou proteger o Aly???

António Aly Silva

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

É à esquerda, sff

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ELA:

Sentados, vimo-la passar. Ninguém sabe, neste pedaço de terra, como ganha a vida. Havia, no entanto, quem apostasse que se governava vendendo coisas insignificantes para quem as não comprasse.

Vestia de preto e o seu tímido rosto fechado ia bem com a tonalidade do pano. Chamaram-na. E veio, envergonhada, os olhos pregados no chão de terra vermelha. «Nunca usei nada que já não tivesse sido usado», disse. E depois sorriu, um sorriso maior que mil trindades, mostrando os dentes brancos e as gengivas quase púrpura.

Os vestidos que quase nunca usava eram-lhe dados, como quase tudo o que lhe pertencia, e nunca lhe assentavam bem. Estavam, ou apertados ou largos ou ainda compridos de mais.

O seu rosto era pálido. Estavam vincados pela vida e pelos seus riscos. Notava-se que estava por sua conta e risco. Talvez não lhe surpreendesse ou não gostaria que fosse de outra forma.

EU

Aqui, é o tempo que nos amolece. E quando isso acontece, lembramo-nos de como a vida continua em todo o seu esplendor para além da nossa fadiga. A clausura a céu aberto a que me sujeitei durante oito dias, transformou-me num outro homem. Escuto muito, e mais. Falo pouco e baixo e com cadência. Não tenho pressa, terei cuidado.

Aqui tudo é escuro, e, assim sendo, não há ciências exactas. O que há é isto: a grande escuridão que se instala quando o mar engole o sol e no céu navegam estrelas. Oito dias num clima quase invernal (choveu na madrugada de domingo...). O nevoeiro cobria tudo à volta que mais parecia uma noite branca.

Vultos na noite escura (quero dizer, branca) vagueiam pelas estradas de terra como assombrações. Eu, atordoado com o frio, vejo a hora marcar passo. Pareceu-me então um duvidoso privilégio esta solidão auto-imposta, mas enfim, é realmente verdade que não tenho escolha.

Continuo sentado a escrever. O 'manuscrito' soma já 105 mil caracteres e é um quase quase livro. E enquanto escrevo já a noite vai longe. Recupero das desilusões e vivo de emoções. A fadiga que não me larga, o quase deixar de acreditar, o tentar reatar o fio da vida que teima em dar nó.

Pensei em tudo. Mas nada digo. Sou um túmulo. E se um dia alguém quiser escrever a minha biografia só encontrará silêncios. AAS.

domingo, 25 de janeiro de 2009

Varela está a mudar (2)

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E a Fá e o Franco merecem. Assim como todos os que trabalham no Aparthotel 'Chez' Helene. Bem hajam. AAS

Varela está a mudar (1)

... E de que maneira!!!

- Para os devotos de todas as nossas senhoras:

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Na fotografia: isto mesmo!

- Para os que, apressadamente, querem ir ter com o Senhor:

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Na fotografia: Capela muçulmana

AAS

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Estamos de luto carregado. 24 horas

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UNICEF - Mulher e criança com situação complicada na Guiné-Bissau

"Na Guiné-Bissau, morre uma em cada 13 mulheres durante o parto ou em resultado de complicações do parto, este é um número extremamente elevado e as razões são diversas, desde a instabilidade das instituições, à instabilidade prevalecente nos últimos anos, que impediu o investimento em infra-estruturas e recursos humanos", referiu aquela responsável.

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Luciani, que falou à Lusa na sessão de apresentação do relatório sobre o estado da saúde materno-infantil no mundo em 2008, salientou que o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) investiu cinco milhões de dólares (3,8 milhões de euros) na Guiné-Bissau no sector da saúde, mas considerou que "tal soma é insignificante comparativamente às necessidades do país". A responsável afirmou que a maior parte das infra-estruturas de saúde e de educação na Guiné-Bissau estão "gravemente danificadas, com as escolas e os centros de saúde a desmoronar-se, os centros de saúde mal equipados e com carências de pessoal e os recursos humanos carentes de qualidade e motivação necessários para fazerem um bom trabalho".

O facto de durante vários meses, de forma recorrente, os salários dos funcionários públicos não serem pagos, contribuiu também para a situação crítica que se vive no país por ser um factor de desmotivação. "O pessoal de saúde necessita de formação e os recém-formados precisam de ser colocados, e apesar de UNICEF tem efectuado alguma formação, só o pode fazer a um número limitado de pessoas e focada na prevenção, tendo em conta a debilidade generalizada das infra-estruturas", disse Luciani.
Durante duas campanhas por ano, explicou, são providenciados serviços de saúde básicos, como suplementos vitamínicos, desparasitação, imunização, distribuição de redes mosquiteiras e outras, que permitem chegar a muitas crianças, embora seja insuficiente.

"Temos esperança de que, com o novo Governo recentemente empossado, possamos levar a cabo uma intervenção mais bem planeada que equilibre a fraqueza do sistema e reduza as taxas de mortalidade de crianças e mulheres", concluiu a representante da UNICEF em Bissau. "Vinte e sete por cento das mulheres casam-se antes de atingir os 18 anos e isso significa que não estão preparadas para serem mães. Se pensarmos que, além disso, têm filhos sem apoio qualificado, percebe-se que a situação da mulher é altamente crítica na Guiné-Bissau", salientou.

Enquanto a falta de acesso de mulheres e crianças a cuidados primários de saúde é considerado por Luciani como "chocante a inaceitável", o futuro das crianças fica igualmente ameaçado pela ausência de escolaridade, com muitas a serem forçadas a sobreviver por meios ilegais. "Apenas 12 por cento das raparigas e 18 por cento dos rapazes terminam a escola primária, o que significa que a grande maioria cresce analfabeta e sem possibilidades de conseguir um emprego e ter uma remuneração. Uma situação de risco, com jovens sem educação a poderem envolver-se em actividades ilícitas como o tráfico de drogas", concluiu Sílvia Luciani.

AP/Lusa

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Brevemente

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Sibila

Espreitem, se fizerem o favor: Aqui

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Lingua afiada

De vez em quando, ouvimos dos nossos políticos coisas como "a polícia existe para nos proteger"...
Eu pergunto então: Quem é que nos protege da polícia?

P.S. - Lá voltamos a ter ministros septuagenários... E se mandássemos buscar o Luis Cabral para Presidente da República? "Ordem", sabem lá o que é ordem. Não seria mal visto...AAS

Telegrama

Morre-se no mar, entre Biombo e Pecixe STOP 50 pessoas STOP Algum Governo sombra neste pais para ajudar? STOP É que este Governo ainda vai nos 7 dos 100 dias de graça STOP. AAS

Sobreviver aos tempos

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Barbearia Chiado em Bissau. Situada em pleno bairro de Bissau Velho, a barbearia Chiado sobreviveu a todas as convulsões na Guiné-Bissau e manteve a sua tradição, mobiliário e equipamento de outros tempos que ressuscitam neste tempo. DD

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

O Governo foi empossado? O próximo é já, já a seguir...

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FOTO:AAS

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Na margem, completamente a leste

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Podia ser tal como no poema de Garcia Lorca: «a las cinco en punto de la tarde», mas não foi. Fui ver o mar. Este fim de manhã. Há não sei quantos dias eu carregava comigo duas obsessões: ver o mar e estar junto do meu filho. A obsessão maior, ainda não realizada, é puder estar perto do Guilherme (está para muito breve). Mas vi o mar. Foi melhor que nada, foi imenso!

No mar, pensei em coisas que magoa descrever. Pensei também em sonhos, esperanças, histórias com final feliz. Enfim, fiz o que pude para justificar o privilégio que tive de estar a ver o mar. Sozinho. Senti também um cheiro inebriante a verde que me sugou, o calor que sufoca, a humidade que cola à pele, o ruído dos carros, canoas com gente a pescar ao largo, mulheres à procura de caranguejo, crianças chafurdando na lama cinzenta, a ponte que nem sequer oscila.

Eu continuo na margem. Sentado naquilo que já foi uma canoa. Mão direita a suportar o queixo, olhando coisa nenhuma, vendo o infinito. Mas mesmo daqui, pesem todas as adversidades, mantenho o deslumbramento. Quem viu o mar, nem que seja um pedaço de mar, não esquece mais.

No estado em que me encontro tudo isto me parece fantástico. Entretanto tremo de frio quando penso que do outro lado do extenso Atlântico, alguém sofre por eu não estar presente. E, nos entretantos, procuro entender os segredos da vida. E no meu espírito desorganizado duas imagens de alguma forma me animam. Ela, e ele – o meu filho.

Dormia agora - com a vossa licença - o sono mais profundo da minha vida. N’kansa.

AAS

Silêncio, aqui sofre-se

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Toda a limitação implica sofrimento: neste caso sofre a criança (o meu filho) que vê limitado o seu tempo de diversão ou de sono; os pais sofrem porque sabem que a sua saúde do seu filho está limitada.

Tenho sofrido em silêncio, todos estes dias, porque o sofrimento é quase inseparável da existência terrena do homem. O medo do meu sofrimento, é o não ter feito a paz com a dor. Nunca se poderá perceber o quanto uma pessoa sofre, física e espiritualmente, sobretudo nas fases complicadas da vida. Toda a dor traz solidão e o sofrimento humano, além do físico. Ele é também psíquico e espiritual. Se eu não tenho uma experiência pessoal da doença e da morte, naturalmente não conseguirei perceber todo o alcance do sofrimento que o meu filho está a passar.

E o sofrimento acaba por ser algo mais amplo e mais complexo que a própria doença. É estar sob um peso, suportá-lo. O existir é essencialmente um bem. O Homem sofre por causa do mal que é uma certa falta, limitação ou distorção de um bem. O homem sofre por causa de um bem do qual não participa.

Eu sei que sofro e pergunto-me porquê. Vejo ao meu redor pessoas que sofrem sem culpa e vejo igualmente pessoas culpadas sem a pena correspondente. Tenho renunciado, sem muita dificuldade, a uma lauta refeição em benefício(!) do próprio coração combalido.

Vê-se que há um sofrimento transitório para se livrar de um outro definitivo.

Sempre detestei hospitais. Ali, com exceção da maternidade, tudo é sofrimento. Sofrem os doentes e sofrem os que acompanham os doentes. A mãe, que goza de saúde, e fica no hospital ao lado de seu filho doente. Faz isso por solidariedade ao filho, desejando que ele recupere a sua saúde. Os hospitais são pobres. Há calor, são mal ventilados, são apertados. E há ainda o cheiro dos remédios. Há os gemidos dos que sofrem. E a mãe do Guilherme sofre ao ver o seu (nosso) filho sofrer. Mas ela sofre em solidariedade ao filho na esperança de que ele se recupere e volte para casa.

Como seria bom pudermos colocar a dor num envelope e devolvê-la ao remetente...

Gosto de ti, filho. AAS