quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Diga apenas...

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quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Tinha que ser por causa do vizinho...

Dou a mão à palmatória. Voltei. O 'the end' passa, por enquanto, à história...E volto por causa disto (um bom motivo para voltar, não acham?). Darwin pretendeu que o Homem descenda do macaco, e, assim, foram descendo...

Vamos lá então partir isto aos bocados que é como sabe melhor:

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- Na cimeira anual da CEDEAO, recentemente realizada em Abuja, na Nigéria, um dos pontos discutidos foi o «pedido de protecção para o Presidente da República da Guiné-Bissau», 'Nino' Vieira. Oh la la...

Agora, pergunto eu: que tipo de protecção daria a CEDEAO a 'Nino' Vieira, que aqui, no seu País, não se lhe pode garantir?

'Nino' Vieira, ele mesmo, algum dia garantiu segurança a quem quer que o tivesse pedido ou, mesmo, merecido?

Na entrevista que me concedeu enquanto jornalista do semanário «O Independente» (a 1ª em toda a imprensa mundial), durante o seu exílio dourado, e publicada no dia 16/07/1999, 'Nino' Vieira respondia assim a estas questões:

PERGUNTA: Vai regressar à Guiné-Bissau?

'Nino' Vieira: Para isso, deixei uma declaração. Desde que se criem todas essas condições. Caso contrário será um risco. Mas estou pronto. O povo da Guiné está no meu coração, desde os dezanove anos que me bato por aquele povo e vou continuar a bater-me pela sua dignidade. Usufruo da amizade de muita gente.

PERGUNTA: Exige garantias para voltar, mas não as deu ao ex-presidente Luís Cabral

'Nino' Vieira: Não recusei dar segurança a Luís Cabral. Não lhe podia garantir isso. E a reacção dos familiares que perderam os seus entes queridos durante o seu mandato? Se houvesse qualquer coisa as pessoas diriam: “O Nino chamou Luís Cabral para o matar”. Não podia responsabilizar-me.

Senhores da CEDEAO: deixem 'Nino' Vieira segurar-se com o que tem à mão. Afinal, toda esta segurança (ou melhor, a falta dela) tem que ver com as políticas arcaicas e da idade da pedra, cometidas pelo mesmo 'Nino' Vieira, o homem que agora querem «proteger»... E quem diz 'Nino' Vieira, diz Koumba (ou Mohammed), Cadogo, Manuel, Carlos, e todos os outros projectos de políticos que este País viu nascer. Não seria melhor cuidar das nossas reservas naturais? Ou proteger o Aly???

António Aly Silva

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

É à esquerda, sff

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ELA:

Sentados, vimo-la passar. Ninguém sabe, neste pedaço de terra, como ganha a vida. Havia, no entanto, quem apostasse que se governava vendendo coisas insignificantes para quem as não comprasse.

Vestia de preto e o seu tímido rosto fechado ia bem com a tonalidade do pano. Chamaram-na. E veio, envergonhada, os olhos pregados no chão de terra vermelha. «Nunca usei nada que já não tivesse sido usado», disse. E depois sorriu, um sorriso maior que mil trindades, mostrando os dentes brancos e as gengivas quase púrpura.

Os vestidos que quase nunca usava eram-lhe dados, como quase tudo o que lhe pertencia, e nunca lhe assentavam bem. Estavam, ou apertados ou largos ou ainda compridos de mais.

O seu rosto era pálido. Estavam vincados pela vida e pelos seus riscos. Notava-se que estava por sua conta e risco. Talvez não lhe surpreendesse ou não gostaria que fosse de outra forma.

EU

Aqui, é o tempo que nos amolece. E quando isso acontece, lembramo-nos de como a vida continua em todo o seu esplendor para além da nossa fadiga. A clausura a céu aberto a que me sujeitei durante oito dias, transformou-me num outro homem. Escuto muito, e mais. Falo pouco e baixo e com cadência. Não tenho pressa, terei cuidado.

Aqui tudo é escuro, e, assim sendo, não há ciências exactas. O que há é isto: a grande escuridão que se instala quando o mar engole o sol e no céu navegam estrelas. Oito dias num clima quase invernal (choveu na madrugada de domingo...). O nevoeiro cobria tudo à volta que mais parecia uma noite branca.

Vultos na noite escura (quero dizer, branca) vagueiam pelas estradas de terra como assombrações. Eu, atordoado com o frio, vejo a hora marcar passo. Pareceu-me então um duvidoso privilégio esta solidão auto-imposta, mas enfim, é realmente verdade que não tenho escolha.

Continuo sentado a escrever. O 'manuscrito' soma já 105 mil caracteres e é um quase quase livro. E enquanto escrevo já a noite vai longe. Recupero das desilusões e vivo de emoções. A fadiga que não me larga, o quase deixar de acreditar, o tentar reatar o fio da vida que teima em dar nó.

Pensei em tudo. Mas nada digo. Sou um túmulo. E se um dia alguém quiser escrever a minha biografia só encontrará silêncios. AAS.

domingo, 25 de janeiro de 2009

Varela está a mudar (2)

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E a Fá e o Franco merecem. Assim como todos os que trabalham no Aparthotel 'Chez' Helene. Bem hajam. AAS

Varela está a mudar (1)

... E de que maneira!!!

- Para os devotos de todas as nossas senhoras:

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Na fotografia: isto mesmo!

- Para os que, apressadamente, querem ir ter com o Senhor:

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Na fotografia: Capela muçulmana

AAS

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Estamos de luto carregado. 24 horas

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UNICEF - Mulher e criança com situação complicada na Guiné-Bissau

"Na Guiné-Bissau, morre uma em cada 13 mulheres durante o parto ou em resultado de complicações do parto, este é um número extremamente elevado e as razões são diversas, desde a instabilidade das instituições, à instabilidade prevalecente nos últimos anos, que impediu o investimento em infra-estruturas e recursos humanos", referiu aquela responsável.

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Luciani, que falou à Lusa na sessão de apresentação do relatório sobre o estado da saúde materno-infantil no mundo em 2008, salientou que o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) investiu cinco milhões de dólares (3,8 milhões de euros) na Guiné-Bissau no sector da saúde, mas considerou que "tal soma é insignificante comparativamente às necessidades do país". A responsável afirmou que a maior parte das infra-estruturas de saúde e de educação na Guiné-Bissau estão "gravemente danificadas, com as escolas e os centros de saúde a desmoronar-se, os centros de saúde mal equipados e com carências de pessoal e os recursos humanos carentes de qualidade e motivação necessários para fazerem um bom trabalho".

O facto de durante vários meses, de forma recorrente, os salários dos funcionários públicos não serem pagos, contribuiu também para a situação crítica que se vive no país por ser um factor de desmotivação. "O pessoal de saúde necessita de formação e os recém-formados precisam de ser colocados, e apesar de UNICEF tem efectuado alguma formação, só o pode fazer a um número limitado de pessoas e focada na prevenção, tendo em conta a debilidade generalizada das infra-estruturas", disse Luciani.
Durante duas campanhas por ano, explicou, são providenciados serviços de saúde básicos, como suplementos vitamínicos, desparasitação, imunização, distribuição de redes mosquiteiras e outras, que permitem chegar a muitas crianças, embora seja insuficiente.

"Temos esperança de que, com o novo Governo recentemente empossado, possamos levar a cabo uma intervenção mais bem planeada que equilibre a fraqueza do sistema e reduza as taxas de mortalidade de crianças e mulheres", concluiu a representante da UNICEF em Bissau. "Vinte e sete por cento das mulheres casam-se antes de atingir os 18 anos e isso significa que não estão preparadas para serem mães. Se pensarmos que, além disso, têm filhos sem apoio qualificado, percebe-se que a situação da mulher é altamente crítica na Guiné-Bissau", salientou.

Enquanto a falta de acesso de mulheres e crianças a cuidados primários de saúde é considerado por Luciani como "chocante a inaceitável", o futuro das crianças fica igualmente ameaçado pela ausência de escolaridade, com muitas a serem forçadas a sobreviver por meios ilegais. "Apenas 12 por cento das raparigas e 18 por cento dos rapazes terminam a escola primária, o que significa que a grande maioria cresce analfabeta e sem possibilidades de conseguir um emprego e ter uma remuneração. Uma situação de risco, com jovens sem educação a poderem envolver-se em actividades ilícitas como o tráfico de drogas", concluiu Sílvia Luciani.

AP/Lusa

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Brevemente

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Sibila

Espreitem, se fizerem o favor: Aqui

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Lingua afiada

De vez em quando, ouvimos dos nossos políticos coisas como "a polícia existe para nos proteger"...
Eu pergunto então: Quem é que nos protege da polícia?

P.S. - Lá voltamos a ter ministros septuagenários... E se mandássemos buscar o Luis Cabral para Presidente da República? "Ordem", sabem lá o que é ordem. Não seria mal visto...AAS

Telegrama

Morre-se no mar, entre Biombo e Pecixe STOP 50 pessoas STOP Algum Governo sombra neste pais para ajudar? STOP É que este Governo ainda vai nos 7 dos 100 dias de graça STOP. AAS

Sobreviver aos tempos

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Barbearia Chiado em Bissau. Situada em pleno bairro de Bissau Velho, a barbearia Chiado sobreviveu a todas as convulsões na Guiné-Bissau e manteve a sua tradição, mobiliário e equipamento de outros tempos que ressuscitam neste tempo. DD

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

O Governo foi empossado? O próximo é já, já a seguir...

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FOTO:AAS

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Na margem, completamente a leste

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Podia ser tal como no poema de Garcia Lorca: «a las cinco en punto de la tarde», mas não foi. Fui ver o mar. Este fim de manhã. Há não sei quantos dias eu carregava comigo duas obsessões: ver o mar e estar junto do meu filho. A obsessão maior, ainda não realizada, é puder estar perto do Guilherme (está para muito breve). Mas vi o mar. Foi melhor que nada, foi imenso!

No mar, pensei em coisas que magoa descrever. Pensei também em sonhos, esperanças, histórias com final feliz. Enfim, fiz o que pude para justificar o privilégio que tive de estar a ver o mar. Sozinho. Senti também um cheiro inebriante a verde que me sugou, o calor que sufoca, a humidade que cola à pele, o ruído dos carros, canoas com gente a pescar ao largo, mulheres à procura de caranguejo, crianças chafurdando na lama cinzenta, a ponte que nem sequer oscila.

Eu continuo na margem. Sentado naquilo que já foi uma canoa. Mão direita a suportar o queixo, olhando coisa nenhuma, vendo o infinito. Mas mesmo daqui, pesem todas as adversidades, mantenho o deslumbramento. Quem viu o mar, nem que seja um pedaço de mar, não esquece mais.

No estado em que me encontro tudo isto me parece fantástico. Entretanto tremo de frio quando penso que do outro lado do extenso Atlântico, alguém sofre por eu não estar presente. E, nos entretantos, procuro entender os segredos da vida. E no meu espírito desorganizado duas imagens de alguma forma me animam. Ela, e ele – o meu filho.

Dormia agora - com a vossa licença - o sono mais profundo da minha vida. N’kansa.

AAS

Silêncio, aqui sofre-se

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Toda a limitação implica sofrimento: neste caso sofre a criança (o meu filho) que vê limitado o seu tempo de diversão ou de sono; os pais sofrem porque sabem que a sua saúde do seu filho está limitada.

Tenho sofrido em silêncio, todos estes dias, porque o sofrimento é quase inseparável da existência terrena do homem. O medo do meu sofrimento, é o não ter feito a paz com a dor. Nunca se poderá perceber o quanto uma pessoa sofre, física e espiritualmente, sobretudo nas fases complicadas da vida. Toda a dor traz solidão e o sofrimento humano, além do físico. Ele é também psíquico e espiritual. Se eu não tenho uma experiência pessoal da doença e da morte, naturalmente não conseguirei perceber todo o alcance do sofrimento que o meu filho está a passar.

E o sofrimento acaba por ser algo mais amplo e mais complexo que a própria doença. É estar sob um peso, suportá-lo. O existir é essencialmente um bem. O Homem sofre por causa do mal que é uma certa falta, limitação ou distorção de um bem. O homem sofre por causa de um bem do qual não participa.

Eu sei que sofro e pergunto-me porquê. Vejo ao meu redor pessoas que sofrem sem culpa e vejo igualmente pessoas culpadas sem a pena correspondente. Tenho renunciado, sem muita dificuldade, a uma lauta refeição em benefício(!) do próprio coração combalido.

Vê-se que há um sofrimento transitório para se livrar de um outro definitivo.

Sempre detestei hospitais. Ali, com exceção da maternidade, tudo é sofrimento. Sofrem os doentes e sofrem os que acompanham os doentes. A mãe, que goza de saúde, e fica no hospital ao lado de seu filho doente. Faz isso por solidariedade ao filho, desejando que ele recupere a sua saúde. Os hospitais são pobres. Há calor, são mal ventilados, são apertados. E há ainda o cheiro dos remédios. Há os gemidos dos que sofrem. E a mãe do Guilherme sofre ao ver o seu (nosso) filho sofrer. Mas ela sofre em solidariedade ao filho na esperança de que ele se recupere e volte para casa.

Como seria bom pudermos colocar a dor num envelope e devolvê-la ao remetente...

Gosto de ti, filho. AAS

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Verdade inconveniente

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Foto: AAS

Urdumunhu di kumbosseros

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Fotomontagem: AAS

O Presidente da República, 'Nino' Vieira, vai ter um final de mandato alucinante. O atentado contra o Chefe de Estado, a 23 de Novembro do ano passado (o ano passa depressa, dasssss), acabou de dar à luz - 'antordia', 5, na estrada junto à Presidência da República (há cá cada coincidências do caraças) e o alvo seria agora o Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas, General Batista Tagmé Na Waie (o Batista até que lhe fica bem).

Agora, a tropa decidiu puxar dos galões e agir: a ordem para desarmar os 'Aguentas' veio do Estado-Maior, transitou pelas rádios (pa bô ka bin fala 'nô ka obil na rádio dê') e foi cumprida à risca. Homem por homem, arma por arma. Ligeiras e pesadas, que as molas das carrinhas aguentam isso e muito mais.

Uma coisa é certa: anda tudo muito nervoso. Os ânimos estão, por estas alturas, particularmente exaltados. Eu já estou por tudo. Inclusive por percorrer Bissau e subúrbios a pé, com especial cautela ao atravessar as ruas...

E por cá faz-se cada pergunta... E a pergunta mais difícil é também a mais simples de profereir: 'Porquê?'.

Porquê... Ora! Por que é que na primária, em Lisboa, me diziam 'preto da Guiné lava a cara com chulé'? Por que é que Bissau e o resto do País não são aquilo que eu imaginava?

'Nino' Vieira? Batista (bonito nome)Tagmé na Waie? Nem um, nem outro. Melhor: Abõs ku sibi la! AAS

Uma notícia triste (II)

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O Guilherme, mais um primo, na Disneylândia, em Paris, no ano passado.

O meu filho, Guilherme, voltou hoje ao hospital para enfrentar um batalhão de médicos: foram cinco(!) análises e um exame de raios X ao tórax. Contudo, o susto maior chegou com a ecografia que lhe foi feita ao coração. Aí, para espanto dos médicos, decobriu-se um «deficiência na artéria direita, que, em vez de passar pela frente, passa por trás».

Agora, há que aguardar pelos resultados do raios X ao tórax (no dia 14) para, se for necessário, fazer uma prova de esforço.

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Aqui, com o pai, pouco depois do regresso de Paris

Porque é que uma criança de 7 anos tem de passar por tudo isto? Insuficiência Cardíaca e uma Deficiência na Artéria Esquerda. Eu, que não nasci para assistir a tamanho sofrimento, já me faltam as forças e não aguentarei muito mais este calvário. Coração, por favor, não traias o meu filho. AAS

Telegrama

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São 5 da manhã STOP Gaza ainda arde STOP Dezenas de crianças mortas STOP As mães choram STOP Claro STOP É a guerra STOP. AAS

E esta noite que nunca mais acaba

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Ontem e hoje não foram dias bons. Minto. Desde o dia 1 de Janeiro que não tenho um dia bom. Assim, sim. Por via das dúvidas, fiquei hospedado na Residencial Coimbra, não vá o diabo tecê-las... E eu, que não vejo televisão neste país, aproveitei a quase-tragédia anunciada que ontem sobre mim se abateu e fiz da caixa que mudou o mundo a minha companheira nestas horas de incertezas e expectativas.

Estou ainda acordado. São 4 horas e trinta minutos. Não tarda será dia. E chegará o sol. E o calor. A humidade também. Para já é madrugada. Sopra uma leve brisa, mais fria. Eu sofro. Só. Como convém a quem sofre. Oito mãos apareceram. Ontem. «Se pudermos fazer alguma coisa». Ficar-vos-ei eternamente gratos.


Contudo, duas mãos não chegaram a aparecer. Aquelas mãos com que mais contava. Nada. Nem compaixão.

Uma boa nova: até agora nem mais uma chamada.
Posso dormir? Sim. Mas não devo.
Nesta altura, sou um soldado.
E estou às ordens do Guilherme.


Tudo o que a vida nos pode dar é um certo conhecimento dela que chega tarde demais. Resta-me esperar que ainda não seja tarde para mim. Continuo aqui, rijo que nem um fuso e a ensaiar uma lágrima para amostra. Para mostrar aos meus amigos logo pela manhã. Uma lágrima fria, saída de um corpo quente. AAS

Entretanto em Gaza...

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Na CNN, Christiane Amanpour, CNN's chief international correspondent, ajuda a noite a passar. A morte percorre as ruas de Gaza montada em brinquedos de ferro feito pelo Homem. Havia crianças da idade do meu filho - eu vi na CNN - feridas, sangrando, assustadas. Tremiam. E o hospital cheio, com o chão vermelho de sangue. E a guerra - passando ali mesmo, juntinho a mim (juro!) - parecia uma festa. O céu escuro brilhava por breves momentos em milhares de pedaços da mesma cor. E eram bombas. Não eram flores. Não. AAS

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Uma notícia triste (I)

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A notícia caiu como uma bomba. Ontem, o meu filho Guilherme, de 7 anos de idade (à direita na fotografia), foi como sempre vai, aos domingos, ao treino de futebol no seu clube - o Sport Lisboa e Benfica.
Durante o treino - contaram-me - correu muito. Meia hora depois caiu ao chao, desamparado e quase inanimado. Depois de visto pela equipa médica, foi enviado para casa. À noite, já em casa, portanto, queixou-se por «estar a respirar cansado» . Hoje, deu entrada num hospital de Lisboa onde foi observado por uma equipa médica, tendo-lhe sido feito vários exames, entre eles um electrocardiograma.
O resultado - de que também fui oportunamente informado - não podia ser mais arrasador para um pai: insuficiência cardíaca!
Um puto de 7 anos!!! É de partir o coração. Se querem mesmo saber o que isto me tem custado, olhem bem fundo nos meus olhos.

PS - Está tudo a acontecer a uma velocidade tal que não consigo sequer pensar direito.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Feliz 2009 a todos

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Celebrem a vida. A todos os leitores, amigos, inimigos, candidatos a inimigos: Celebrem durante todos os dias de 2009. Aly Silva

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

ESCLARECIMENTO

Vários amigos telefonaram-me nesta última semana, com uma única preocupação: «Diz-se que o problema que tiveste no 'Ponto d'Encontro'/PE tem que ver com uma dívida de 1.000.000 (um milhão de francos CFA».

Na verdade, eu tinha um acordo de prestação de serviços, não com o PE porque na altura nem existia ainda, mas com o restaurante A Padeira Africana/PA. O que aconteceu foi que a proprietária da PA resolveu meter-se num problema pessoal, a setenta metros(!) do seu estabelecimento, e ouviu o que não queria.

Quatro dias depois, no restaurante PA, fui confrontado pelo Luís com uma conta 'que devia assinar apenas para que constasse'...E três dias depois disto, recebo uma notificação para me apresentar no Tribunal sectorial da minha área de residência, o que fiz. Ali, foi-me revelado o teor da queixa:

- O restaurante PA reclama uma dívida de 1.000.000 Fcfa (um milhão de francos CFA). Respondo ao Juíz, e na primeira linha, sem sequer me dar ao trabalho de contabilizar os recibos assinados, ou nao, por mim, digo: «É verdade que o signatário (eu) deve a quantia de 1.000.000 Fcfa ao restaurante em causa e nunca o negou».

Posto isto, e sem sequer reclamar um acerto de contas pelos muitos trabalhos por mim efectuados (e nem vou fazê-lo), decidi de uma assentada vender o meu automóvel Toyota Corolla 2.0 D, o que fiz, PAGANDO a dívida reclamada pela PA, no dia em que viajei para Lisboa, o que pode ser confirmado por quem quer que seja junto do Advogado da Padeira Africana, Dr. Dickson.

Caros amigos,

NÃO DEVO UM FRANCO QUE SEJA, NEM À PADEIRA AFRICANA, NEM AO PONTO D'ENCONTRO.

Para evitar mal entendidos e olhares curiosos e/ou de espanto, decidi esclarecer tudo. O resto fica para o Tribunal, onde espero dar cartas. Eu mesmo. Estou tranquilo e ando em Bissau e arredores com a cabeça bem erguida. E espero que vocês também por mim. Muito obrigados.

António Aly Silva

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Demita-se, Sr. Primeiro-Ministro!

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Cidade Sitiada

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segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Choque e espanto

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Despertei com as primeiras luzes. Olho, nostálgico, a cidade que se ergue fatigada à minha frente. À minha volta um tumulto de gente, rindo e gritando e gesticulando, movendo fardos, arrastando animais. Há gente à sombra, outros dormem estendidos de bruços na poeira.

E, no entanto, este lugar é o meu país. Um país que me surpreende todos os dias. Inquieta-me menos o meu destino do que esta espera angustiante pela chegada da liberdade. Mas enfim, é realmente verdade que não temos escolha. É verdade que as liberdades e defesa dos direitos cívicos custaram, ao longo dos séculos, vidas e privações.

No século XX, o nosso país viveu quase sempre num misto de ditadura e, depois, de democracia musculada. Uma das piores recordações que guardo desse tempo é a de um país atrofiado em cidadania, vegetando sob o signo da mediocridade; um reino de perseguições, onde uma palavra ou um carimbo da polícia do regime selavam destinos e marcavam vidas.

Com menos de meio século de vida, já passei por muito: a prisão, a tortura, o quebrar dos ossos, a invasão da privacidade, a violação da correspondência, a perseguição da polícia, a censura; enfim, a ausência efectiva das liberdades elementares. Até quando?

António Aly Silva

Não chame a polícia; prepare-se para a guerra!

Estamos praticamente em guerra! Dois assassinatos (cobardes e inqualificáveis) no sábado, assalto à mão armada na segunda-feira...Você vive na Guiné-Bissau? Então este conselho é para si: tenha a espada à mão, não vá a caneta falhar.
Não chame a polícia; elimine o intermediário e prepare-se para a guerra. Numa rua perto de si.

Um filme de terror

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domingo, 14 de dezembro de 2008

Movimento 'P Pires 2010' em andamento

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Cidadão, informa-te e junta-te à causa! Pedro Pires agradece. AAS

UNOGBIS? Uma ova!!!

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O gabinete da UNOGBIS na Guiné-Bissau, é uma vergonha. Alguns relatórios, entretanto nao enviados para a sede da ONU em Nova Yorque teriam sido ESPECULATIVOS, ALARMANTES, DESPROPOSITADOS. É através desses relatórios que entra MUITO, mas MUITO dólar... Algum conselheiro, na UNOGBIS, deve estar a pensar que estamos no Paquistao, onde se expoe - e se vende - armamento no mercado.
Eu, punha a UNOGBIS no olho da rua em 24 horas. A UNOGBIS é uma espécie de sanguessuga neocolonialista... AAS

domingo, 7 de dezembro de 2008

A víbora do Ponto

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O remédio para qualquer víbora, já se sabe, é o 'cortar da cabeça'. É um remédio santo. Eu, Aly Silva, fui levado à polícia pela Víbora do Ponto. E, lá na Polícia Judiciária, quando foi a minha vez de falar, falei:

- Esta senhora é racista, complexada, má, estúpida e tem atitudes discriminatórias para com os Africanos.

PJ - Mas o senhor não pode dizer essas coisas.
Eu - Se não podia, não sei, mas já disse...

E avisei: a partir de hoje, temos uma guerra pessoal, eu e a Víbora do Ponto. E com sorte, sairá da Guiné-Bissau pior do que chegou.

Tenha(m) cuidado, mas muito cuidado. Racista da treta!

António Aly Silva