quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

OPINIÃO: N'punta nam son


O período de transição de 2012 a 2014, foi marcado por uma gestão governativa pautada pela irresponsabilidade destruidora roçando a comportamentos de um bando de malfeitores cujas acções de depredação publica, repercurtiram graves consequências para o pais e cujos respaldos se fazem hoje, ainda sentir-se nos varios percalços que se manifestam no processo da retoma democratica em curso.

É sabido, que dirigentes da transição, começando pelo presidente da transição, o seu primeiro ministro e a maioria dos membros do governo, assim como a mais alta esfera militar de então estiveram, directa ou inderectamente ligadas à varias praticas ilicitas, quer do foro civil, quer criminal, nestes, no que tange principalmente aos militares. E também sabido, de que, essas praticas e comportamentos de pura bandidagem lesaram consideravelmente o erario publico, delapidaram os bens do Estado, incluindo a violação do proprio estatuto e soberania da Republica.

Sendo que, tais praticas, foram do dominio publico e do conhecimento idoneo das autoridades publicas e judiciais da Republica, ao me parece (constação que me escandaliza), ninguém parece-se importar com os actos de irresponsabilidade e praticas de lesa pátria cometidas por esse grupo de pessoas, que alienando a vontade soberana do povo e a nossa soberania em abril 2012 à coberto de um golpe militar com cumplicidade de interesses sub-regional, tomaram de assalto o poder, roubando e delapidando o pais até nas suas entranhas.

Hoje, com a retoma democratica, paradoxalmente os guineenses e toda a estrutura do Estado, particularmente o MP parecem amnesiados dessa cruel realidade recentemente vivida, fruto da imposição e interesses de um grupo de meliantes que, a olhos dos desprovidos guineenses ostentensivamente vivem e pavanoeiam com os espolios dos assaltos aos cofres do Estado verificado no periodo de transição.

Dirigentes ladrões e delinquentes, outrora quase pés descalços ou Zés ninguém, jovens quadros aliciados pela acção golpista que integraram o governo de transição na area das finanças, entre eles, outros, tornaram-se num apice ricos, construiram do "seu bolso" mansões imponentes em 12 meses passados no governo de ladrões, compraram casas, apartamentos em condominios fechados em Lisboa, Dakar e por ai fora quando, num passado recente contavam os tostões para abastecer as suas viaturas e pagar as suas despesas diarias. Esses sonham, com novo golpe e, novas aventuras do mamanço. Estão a alimentar essa esperança de voltar a te em mãos, riquezas forjadas em tempo recorde, pelo simples facto, de que, podem voltar a furtar, desviar e usufruir do erario e bens publico, cientes de que NUNCA serão chamados a prestar contas.

E preciso ter coragem para acabar com esse estado de coisas. E preciso responsabilizar todas as pessoas sobre os seus actos, assacar e fazer-lhes responder perante a justiça pelos seus actos, criminosos, ilegais ou fraudulentos. Deve-se mandar inquirir sobre os bens que essas pessoas adquiriram ou passaram a ostentar em tão curto espaço de tempo, pelo simples facto de terem ocupado funções ou postos na hierarquia de um Estado que não passa de um conglomerado de malfeitores, aves de rapina. E preciso pôr um ponto final nisso, senão o mesmo cenario não tarda a repetir-se a breve trecho, pois a a cultura da roubalheira, da ladroagem, da mentira e do peculato compensam. Não vou citar de momento nomes de quem quer que seja, mas exemplos e factos não faltam, basta verem a vossa volta para tirarem as devidas conclusões.

A titulo de exemplo genérico, citarei os casos, da delapidação dos fundos da FUNDEI, do desmatamento desenfreado das nossas florestas, da exportação clandestina de madeiras, da exploração anarquica das areias de Varela em proveito proprio, da emissão fraudulenta e a revelia do Estado de licenças de pesca por entidades militares e civis, das negociatas sobre a licença do fosfato de Farim, das comissões nebulosas no caso da exploração do bauxite de Boé, do embarque dos emigrantes sirios para Portugal e, também de varios outros crimes ligados a homicidios e trafico de droga envolvendo civis e militares que ficaram sem resposta ou sem consequências que a lei impõe.

Enfim, um leque recheado de acções criminosas perpetradas deliberadamente contra os interesses do Estado da Guiné-Bissau mas, cujos autores materiais e morais circulam livre e impunemente por Bissau armando-se em gente de bem..., infelizmente é assim na nossa terra, pois, quando a impunidade faz a sua lei, a delinquência torna-se a regra de conduta dos cidadãos.

Habeas Corpus Guiné-Bissau