domingo, 16 de fevereiro de 2014

OPINIÃO: Trio precisa-se


Por:

Carmelita Pires(*)

«O país está muito mal! O país está doente e as suas gentes doentes estão! O país está de rastos, para os que sabem o que é um país de rastos. Não tem ponta por onde se lhe pegue: Estado falido e refém, instituições fantoches e gente pública desaconselhável.

A maioria da NOSSA POPULAÇÃO vive abaixo do limiar da pobreza. É um país sem Interior, porque este é uma miragem. E sem ilhas, porque desamparadas à sorte. Sem Escolas Básicas e Hospitais dignos do nome, e com uma Justiça de fazer que faz, sem julgar e sem condenar.

Um país sem rei e nem roque Sem cidades e muito menos Capital adequada. Sem ordem ou ordenação, sem passeios, sem cidadania, sem luz e sem água, e sem fossas ou medidas salubres. Às escuras estamos na horizontalidade.

Este é o país do Caju. Sem comércio formal respeitável, sem quaisquer indústrias registáveis e incessantemente delapidado nas suas fontes rentáveis.

Eis a NOSSA GUINÉ-BISSAU, fazendo jus ao seu nome, para se circunscrever a Bissau tomada. Sem nada do que é um Estado e muito menos do que seja um país. Porque é o país dos acertos de contas. Do salve-se quem puder e puder esperar e contemporizar para novas afrontas.

Este é também o país do sonho duplo de Cabral para dois países: LIBERDADE, DIGNIDADE, boas Escolas para todos, melhor saúde para todos e melhor esperança de vida. Para se exigir, há mais de 40 anos atrás, o fora com o Estatuto do Indigenato, com o chicote e com o poderio repressivo das populações.

Eis nas NOSSAS MÃOS, guineenses no país e na diáspora, o país criado do VIVA A UNIDADE, VIVA a LUTA e VIVA o PROGRESSO. O país fundado num sonho lindo e promissor de lideranças pragmáticas. O país autoproclamado no ideário da democracia revolucionária, da liberdade, dos direitos humanos, da inclusão social, da igualdade do género, e do bem-estar económico, social e cultural das pessoas.

Eis nas NOSSAS MÃOS, guineenses no país e na diáspora, o país do sonho da África, da União Africana no Projeto de Desenvolvimento da "Agenda pós-2015" e na sua "Agenda 2063". Sabemo-lo.

Eis nas NOSSAS MÃOS, guineenses no país e na diáspora, o país de Amílcar Cabral e da pujança continuada da autodeterminação dos povos africanos.

NESTE NOSSO PAÍS, sabemos sobretudo o que não é, mas também de sobremaneira o que é, sendo.

NESTA NOSSA TERRA, também sabemos que, a bem ou a mal, sairão NOVAS ELEIÇÕES e que o ADIANTE é lema, não obstante os ventos bravios a rebordo e as peças firmadas a contra rebordo, para que uns tantos sejam tidos e achados. O para a frente (Nô Pintcha), implica O REGRESSAR, porque iniciado debaixo de um "PÉ DI MANGO" EM 73. Reajustando os alicerces do sonhado para os guineenses e para esta dita PÁTRIA AMADA, DE SOL, DE VERDE E DE MAR.

Todavia, para que saibamos e possamos, então, exigir e reclamar a nossa frontaria: O TRIO PRECISA-SE.

Pois, esta NOSSA GUINÉ-BISSAU está entregue a si própria e a alguns filhos prematuros e não reconhecidos, porque alguns impreparados aos desafios e outros impetuosos. Esta Guiné Nandô, estremece e contorce-se, muito ansiosa, «na confuzon na balissa di bá», em linha de partida para o SALTO, esperando incontida o tiro da largada e o balançar da bandeira da SAÍDA.

Que salto, em face do conhecido e provado status quo: Djitu tem cu tem! Lógico que o salto do e no TRÍO. Porque estamos no séc. XXI e no Mundo inseridos.

O trio na Guiné-Bissau é no hoje e em primeira mão: ESTABILIDADE + RECONCILIAÇÃO + DESENVOLVIMENTO. E, o trio, em segunda mão, no ainda hoje, GENTE DESTE POVO. Gente nova e da nova geração. Gente idónea, capaz e preparada. Gente consciente, comedida e patriota.

O trio é, nada mais, os NOVOS CHEFES DA NAÇÃO FORJADA NA LUTA. Ou seja, a trio é: Presidente + Parlamento + Governo = Estabilidade + Reconciliação + Desenvolvimento.

QUE PRESIDENTE? O tal e esperado. Idóneo. Patriota. Com Curriculum Vitae. Com carteira de contatos. Com diplomacia. Com humanismo. Com sensibilidade de auscultação das vontades deste povo martirizado. Com vontade da diferença do poder presidencial antecessor. Com subsistência própria. Com espírito promotor da Estabilidade e Reconciliação, e da Unidade da Nação. Com a coragem e a força Suprema de ser o NOSSO CHEFE DA NAÇÃO e de fazer a ponte fundamental entre o poder do legislativo eleito, o poder executivo operante e outros poderes identificados. O que, eleito, possa agarrar o âmago desta Nação no seu todo, e não agarrar-se a si próprio e mentores, levando a Nação a reboque. O TAL DA CAMBANÇA.

QUE PARLAMENTAR? O político ou o alguém. Que, de entre os candidatos a deputado, esteja apto para promover e impulsionar no seio do parlamento a máxima: ESTABILIDADE, RECONCILIAÇÃO E DESENVOLVIMENTO. Esse ou esses, que possam galvanizar outros à órbita desse axioma. Que estejam habilitados, POR MAIS POUCOS QUE SEJAM, a fomentar a recriação das bases constitucionais, jurídico-legais e jurídico-políticas do Estado. Que saibam e entendam a fundamentalidade da reformulação do Estado Guineense e suas instituições. Que conheçam e sejam capaz de fomentar no hemiciclo a base do quadro jurídico da Estabilidade e da Reconciliação, a se concretizar in totum. Que dominem os contornos do poder parlamentar e saibam promover a habilitação dos eleitos, como avalistas do Desenvolvimento desejável e sustentável da Guiné-Bissau.

QUE GOVERNO? O dos capazes e competentes. Da boa governação. Dos REFORMADORES E REAJUSTADORES DO ESTADO paupérrimo e esfumado. Dos executores da Estabilidade, Reconciliação e Desenvolvimento. Dos das provas meritórias e dos propensos a dá-las. Dos da CARA DO VOLTE FACE da política interna e externa. Dos íntegros e responsáveis. Dos justos e humanos. Dos eficazes e perentórios. Dos patriotas e formados para tal. Dos decisores públicos e para o bem público.

O trio é gente com estratégia e com caráter. São PATRIOTAS, são os nossos líderes futuros e pagos para serem os impulsionadores do sonho de Cabral e do seu «Programa Maior».

O trio, de 1973 a 2014, é a Estabilidade, a Reconciliação e o Desenvolvimento. E é A PROVA DOS NOVE DE TODOS NÓS, FILHOS DESTA PÁTRIA. Evidentemente que, todo o guineense, qualquer que seja o seu credo, qualquer que seja a sua escola e capacidade formativa, qualquer que sejam os seus interesses e ímpetos, a ser justo como guineense, a ser justo com esta Nação, a ser patriota e amigo de si próprio, perante o quase meio século de desencantos com o Estado, ALMEJA E APOIA A TRIO. Para se fechar o cerco e dar-se o Salto: Estabilidade, Reconciliação e Desenvolvimento da Guiné-Bissau.

FECHEMOS O CERCO COM O TRIO DE ATAQUE! A GUINÉ-BISSAU, A NOSSA GUINÉ-BISSAU, PEDE DE JOELHOS QUE SEJAMOS CAPAZES DE O FAZER!

Que a trio ganhe a Guiné-Bissau! Ganharemos, todos, O NOSSO PAÍS SONHADO!

(*) Carmelita Pires, é Presidente do Partido Unido Social Democrata – PUSD
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