quinta-feira, 30 de maio de 2013

PAIGC acusa primeiro-ministro e presidente de transição de travarem processo


O PAIGC declinou hoje qualquer responsabilidade na demora para a formação de um novo Governo na Guiné-Bissau, culpando o Primeiro-ministro e o Presidente de Transição pelo atraso. A comunidade internacional tem exigido a formação de um novo Governo na Guiné-Bissau, que seja mais inclusivo, substituindo o executivo formado na sequência do golpe militar em abril do ano passado.  
 
Há meses que os políticos guineenses estão a discutir o novo processo de transição: PAIGC e PRS - primeiro e segundo partidos mais votados nas eleições de 2008, assinaram um memorando de entendimento a 17 de maio e na quarta-feira o parlamento adotou um novo Pacto de Transição e Acordo Político para levar o país até eleições. "Até agora espera-se, como acordado, que o senhor Primeiro-ministro de transição convoque os dois partidos para discussões" e  que a proposta final seja remetida ao Presidente de transição, para este decretar o novo Governo, diz o PAIGC em comunicado. Tal ainda "não aconteceu", acusa o Bureau Político dos Libertadores, que considera  a situação "estranha e incompreensível" e apela ao Primeiro-ministro Rui de Barros e ao Presidente Serifo Nhamandjo para que respeitem a Constituição e os instrumentos políticos e jurídicos de transição.
 
O Bureau Político do PAIGC diz também que o atual momento que a Guiné-Bissau atravessa requer um elevado sentido patriótico dos guineenses em geral e em particular do Governo e do Presidente. O PAIGC e o PRS "têm dado um inestimável contributo para a consolidação deste processo de transição" e deram ao Governo e ao Presidente "um subsídio importante, tanto no que se refere à orgânica, como à composição do Governo" para que hoje "pudéssemos já ter um novo Governo", diz o comunicado. Na sequência de um golpe de Estado, a 12 de abril do ano passado, que afastou as autoridades eleitas, a Guiné-Bissau iniciou um período de transição que devia culminar com eleições ao fim de um ano. Como nada aconteceu, o período de transição foi prorrogado até final deste ano, havendo o compromisso dos responsáveis de fazer eleições nesse período. Há mais de um mês (a 28 de abril) que o Presidente de transição disse que o novo Governo estava "para breve". RDP-ÁFRICA