terça-feira, 19 de março de 2013

Ponham-se a pau...


Hoje na Guiné-Bissau, as vozes têm tido um sentido unico: a necessidade imperiosa da realização de eleições gerais nesse pais e delimitar o periodo de transição até o maximo do fim do presente ano. Esse desiderato tem por objectivos principal, de um lado restabelecer a ordem constitucional e, por outro lado, para permitir aos parceiros de desenvolvimento delinear o futuro e a retoma do pais com dirigentes e autoridades democraticamente eleitos.

Aparentemente todo o mundo esta de acordo, as Nações Unidas (NU) e o seu Representante especial, a União Europeia, a UA, a CPLP, a CEDEAO, a Sociedade Civil Guineense, os principais partidos politicos, enfim, o gato e o rato da vizinha até ESTÃO DE ACORDO SOBRE ESSE ASSUNTO.

Porém, uma pessoa incontornavel até ao momento em todo o processo de instabilidade que fustiga a Guiné-Bissau ainda não opinou sobre o sujeito: Kumba Yala. Até hoje, nem uma unica palavra sobre o assunto. Até à data presente, pelo menos, oficialmente não se conhece qualquer posição desse imprevisivel politico de tendências pirómanas e suicidarias sobre o assunto. Não disse, nem se não lhe convém (que seria o obvio) nem se lhe convém e,... nem também, SE DEIXARÁ que assim seja. Sim, leram bem: «nem se deixará que assim seja», isto é, que haja eleições na Guiné-Bissau !!!

Pode parecer incrivel ou estar-se a dar muita importância a uma so pessoa. Mas assim é, e é essa infelizmente a nossa triste realidade. Queiramos ou não, a resposta tem que ser dada nesses termos, porquanto o estado actual da Guiné-Bissau assim nos obriga a responder, pois não custa a ninguém recordar de que, se hoje a Guiné-Bissau esta no estado em que esta, deve-se principalmente ao mau perder e sentido anti-democratico, chauvinista e tribalista de Kumba Yala.

Ninguém pode negar, que em Abril de 2012, foi Kumba Yala é que deu o mote para a sublevação militar anti-democratica ao recusar ir à segunda volta da eleição presidencial com o candidato mais votado da primeira volta, Carlos Gomes Junior que por uma nesga de votos não ganhou logo à primeira volta. Porém, este facto ( de ganhar a primeira volta) seria igualmente indeferente para Kumba, pois em qualquer circunstância ele aceitaria os resultados e faria sempre valer a sua valência étnica e militar para criar o caos e sonegar a sua humilhação e o seu fim politico. Kumba Yala estava ciente de que não tiinha as minimas changes com CGJr e por isso estava preparado para tudo... principalmente para o caos e a violência como acabou por se verificar.

Tudo resumido, é bom que se esteja preparado, pois mais do que toda a vontade da Comunidade Internacional no seu conjunto, mais do que a vontade do Povo da Guiné-Bissa em escolher de forma livre e democratica os seus legitimos dirigentes, mais do que a vontade da larga maioria da classe politica democratica guineense, a opinão e a vontade de Kumba Yala conta mais do que de todos eles juntos. São os factos. 

Kumba Yala conta mais do que todos eles juntos, porque ele é o elo forte que determina o desequilibrios e determina o termometro da instabilidade até a presenta data na Guiné-Bissau, pois é ele domina e instrumentaliza a facção mais radical e tribalista das forças armadas, ele é propenso à violência, ele so sobrevive no caos e na violência e, enfim ele não liga uma porra à CI, às NU, à UE, à CEDEAO à CPLP. Kumba Yala é o mestre da situação: é ele que semeia a violência e o caos e é ele que colhe os seus frutos... na maior discrição e no maior escarnio e desprezo pelo Povo da Guiné-Bissau. Ele é omnipresente no mau sentido.

Abril de 2012 não é assim tão longinquo para cair no esquecimento e até hoje, apos essa diabrice contrariamente ao que os mais distraidos pensam... ele continua no seu feudo do Bairro Internacional rodeado de milicias tribais fortemente armados, a co-governar o pais com os seus longos braços do medo com que teima a afundar sadicamente a Guiné-Bissau na instabilidade e na vergonha.

Não quero ser um mensageiro da desgraça, pois não a quero para o meu pais e o Povo guineense não a merece minimamente... contudo, quando penso nessa horrivel criatura que nos sobressalta o espirito a ja longos e peniveis anos, forçamente tenho que me pôr em sentido e esperar o pior da parte de uma mente tão perversa quanto doentia. Tanto assim, não tarda muito a chegar o mês sina de Abril, mês do fim da transição, mês em que se deu o golpe de estado e,... até la, não venha ao diabo lembra-lo vir reivindicar mais uma vez, por meios violentos os seus dois anos de mandatos interompidos em 2003.

Apolinario Gomes
Eng° Ambiental/Denn Haag