terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Droga, armas e pirataria: A segurança da Africa Ocidental ameaçada


O trafico de armas e da droga assim como a pirateria maritima acentuam as ameaças sobre a segurança na Africa Ocidental, actualmente em guerra contra os jihadistas no Mali, segundo um relatorio da ONU publicado segunda-feira. “O trafico de cocaïna acentuou a instabilidade na Guiné-Bissau, o trafico de armas de fogo alimenta a rebelião no Norte do Mali, a pirataria maritima ameaça o comércio no Golfo da Guiné”, alerta esse relatorio que faz o ponto sobre as ameaças regionais para o ano de 2012. “Todos esses exemplos mostram que a criminalidade transnacional organizada tomou proporções tais que constituem presentemente uma verdadeira ameaça para a segurança da Africa Ocidental”, prossegue o mesmo documento.

Segundo as estimações, “entre 10 e 20.000 armas” podem ter sido alvo de trafico” entre os arsenais libios e o Mali ano passado, segundo a mesma fonte. A vila de Gao (Norte do Mali) é nomeadamente citada como uma placa giratoria do trafico de armas no Sahel. O norte do Mali caiu em 2012 nas mãos dos rebeldes tuaregues do Movimento Nacional de Libertação de Azawad (MNLA) – os quais numerosos elementos regressaram fortemente armados da Libia apos a queda do defunto Mouammar Kadhafi por quem haviam combatido - e de grupos armados islamistas aliados à Al-Qaïda do Maghreb Islamico (AQMI). Os jihadistas posteriormente atacaram e se apoderaram das regiões controladas pelo MNLA, antes de eles mesmos serem desalojados das grandes cidades a partir de janeiro pelas tropas franco-africanas.

Pierre Lapaque, representante regional do Gabinete das Nações Unidas Contra a Droga e o Crime (UNODC), explicou perante a imprensa em Abidjan que o volume do trafico de cocaïna que transitou pela Africa Ocidental proveniente da América Latina passou de 18 tonelada em 2010 à umas 25 toneladas, segundo as estimativas onusinas. No que concerne ao trafico de falsos medicamentos, “estimamos que no minimo 10% do conjunto dos medicamentos essenciais que circulam na Africa Ocidental são contrafeitos”, sublinha esse responsavel das NU. A multiplicação das ameaças resulta da fraqueza do Estado de direito que torna a região “vulneravel” aos diversos focos de contrabando, segundo o relatorio, que apela ao reforço da luta contra a corrupção.