domingo, 13 de janeiro de 2013

EXCLUSIVO - ESCÂNDALO, AS VENDAS DE PASSAPORTES NA EMBAIXADA DA CHINA E NO CONSULADO DE MACAU


Após as primeiras denúncias referentes aos escândalos e actos mafiosos que têm ocorrido nas nossas representações diplomáticas, particularmente na da Republica Popular da China e no Consulado de Macau, o blogue Ditadura do Consenso, após aturadas investigações, esta agora à altura de apresentar factos e provas sobre esse nebuloso negócio que mancha o nome da Guiné-Bissau. Membros dessa representação diplomática, assim como de altos dirigentes do actual regime de Bissau, estão ligados a este comprometedor e vergonhoso negócio, mostrando a face mafiosa e criminosa das nossas representações diplomáticas – sobretudo a da China.

Compra do lugar de embaixador Malam Sambu na Republica Popular da China

O lugar que ocupa hoje Malam Sambú, o actual embaixador Plenipotenciário da Republica da Guiné-Bissau na Republica Popular da China, Japão, Coreia do Sul, India e Singapura foi um negócio de Estado, dividido entre a Presidência da República, na pessoa do Presidente de Transição Manuel Serifo Nhamadjo e o Ministério dos Negócios Estrangeiros, através do titular da pasta, Faustino Fudut Imbali. No meio de tudo isto, estão em jogo mais de um milhão de dólares americanos (perto de de 650 milhões de Fcfa).

Para confirmar os factos, Ditadura do Consenso está à altura de provar, através do mapa que abaixo se reproduz, as referidas entidades e personalidades que receberam favores e contrapartidas para avalizar a nomeação do Malam Sambu ao posto referido.

transferencia china

Igualmente, Ditadura do Consenso publica um outro documento, enviado por Yang Yuan Sheng, na qual reclama ter dado ao Malam Sambu o montante de 100.000 dólares americanos em troca do posto de Cônsul Honorário da Guiné-Bissau em Hong Kong. No negócio em questão, estava previsto, para além do cargo, a disponibilização de cinco passaportes diplomáticos e seis passaportes ordinários e ainda um carro com matrícula e imunidade diplomática. Por questões de salvaguarda das fontes, o DC limita-se a fornecer a cópia do mail, com a data e os motivos. Naturalmente os destinatários são salvaguardados. De realçar que desse montante, cinquenta milhões (50.000.000) de Francos Cfa's foram entregues ao Ministro dos Negócios Estrangeiros de Transição, com a qual, apurou o DC, Faustino Imbali pagou a aquisição de uma residência em Dakar, no Senegal.

email guangzhou china

Situação no Consulado de Macau

Esta representação diplomática da Guiné-Bissau é dirigida pelo diplomata John Lo de origem macaense na qual se passam as seguintes movimentações mafiosas. O Cônsul Honorário da Guiné-Bissau em Macau é o principal actor da venda das falsas autorizações de residência nesses territórios (República da China e Hong Kong) e de certificados de registo criminal limpos e imaculados. Os referidos documentos são fraudulosamente convencionados em Macau sem conhecimento das autoridades competentes da Guiné-Bissau e não correspondem minimamente aos modelos e padrões convencionalmente adotadas pelas autoridades guineenses.

Estes factos e procedimentos criminosos das representações diplomáticas guineenses no território de Macau e Hong Kong é que estiveram na origem do cancelamento de isenção de visto aos cidadãos guineenses, tão badalado na imprensa internacional e, também oportunamente difundido pelo Ditadura do Consenso. De momento, são os documentos que o DC conseguiu reunir, e o seu editor promete que não poupará esforços no sentido de conseguir mais documentos e provas com vista ao total esclarecimento deste obscuro e vergonhoso negócio da China, que, para além de ensombrar o nome da Guiné-Bissau, coloca o nosso país no grupo de países expostos ao terrorismo internacional.

Consta que essas ilegalidades são feitas com a conivência e cumplicidade activa e ganhos evidentes por parte das autoridades locais macaenses que estão a par da ilegalidade dos documentos emitidos, fechando os olhos a esta fraude com as consequências que os guineenses já conhecem. Para que, os leitores do Ditadura do Consenso possam melhor compreender este esquema mafioso, eis algumas explicações sobre este nebuloso esquema.

Devido à situação particular da China Popular, os seus cidadãos encontram particular dificuldades em se deslocarem e se instalarem nas Zonas Administrativas Independentes, em particular, Macau, Hong Kong e Shenzhen. O esquema resume-se ao seguinte: os investidores chineses continentais que têm interesses em investir, e que se instalem em zonas administrativas independentes, são obrigados a provar de que são titulares de uma autorização de residência de um pais terceiro. Neste caso concreto, esses investidores recorrem aos serviços do Consulado da Guiné-Bissau, em Macau, para obterem o tão procurado sésamo. Para obterem o referido "passaporte" para a fortuna os investidores chineses dispendem no mínimo 50.000 dólares americanos por pessoa para cada autorização de residência que lhes permite entrar e se instalarem nas cobiçadas zonas livres de comércio (principalmente compra de casas e investimentos fixos).

O Cônsul Honorário da Guiné-Bissau em Macau, John Lo, chegará brevemente a Bissau, e, caso as autoridades de transição estejam interessadas em esclarecer estas denúncias, poderão interpelá-lo sobre esta mafiosa situação e, assim, desvendar esta tenebrosa rede de negociatas que ensombram a nossa diplomacia nessa zona do mundo.

De realçar que, ao que parece, as autoridades guineenses desconhecem estas negociatas. Recentemente o Primeiro Ministro de Transição foi rudemente confrontado pelo CEMGFA, António Indjai, irritado sobre a nomeação do Malam Sambu (principal suporte financeiro de Kumba Yalá) para o posto de embaixador da Guiné-Bissau na China, tendo Rui Barros respondido que da parte do Governo, e dele próprio nunca tiveram qualquer conhecimento ou propuseram quaisquer nomeação para esse posto. Recorde-se que Malam Sambu, é acusado pelo CEMGFA de ter abandonado o PRS para se vender ao PAIGC em troca do posto de Cônsul da Guiné-Bissau na Coreia do Sul, que lhe fora proposto e aceite pelo Governo deposto. António Aly Silva