quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Nova Iorque, meu amor


Era óbvio para todos - idiotas à parte, claro - que a 'transição' imposta à maioria esmagadora dos guineenses, pela força das armas, e dos homens, seria uma questão de tempo - esse grande amigo da verdade e, neste caso, dos verdadeiros democratas. Agora, tudo (ou o melhor) acontece em Nova Iorque. O secretário-executivo da CPLP avisou já: "Não há credencial para os representantes do governo de transição. Quem representará a Guiné-Bissau na 67ª Assembleia-Geral da ONU são as autoridades legítimas".

Posto isto - que ditadura do consenso anunciou hoje em primeira mão - é perfeitamente legal perguntar: e agora, Manuel? O que fazer, Faustino? Para já, há que tirar consequências do disparate diplomático que foi a ida a Nova Iorque. E o Russel rabinho-de-cavalo, da embaixada norte-americana em Dakar, o que lhe apraz dizer? E a Nigéria, o Senegal (que nos quer ver constantemente na merda), o Burkina e outros golpistas mais? Se desse ao menos para ganharem vergonha na cara...

Está claro como água que o pessoal da transição foi apaparicado para ir aos states... E, uma vez chegados à terra do Tio Sam... deu-se inicio ao tadja-panha. Instalaram-se (cerca de 27 pessoas) no hotel Millenium, a dois passos da sede da ONU, onde pagam um diária de 300 USD por cabeça... Há um ditado guineense que gosto particularmente e de que me lembrei agora, não disfarçando um sorriso maroto: "Si garandi tchoma mininu pa brinka i pabia i misti nam kontal bardadi".

Uma solução seria, na minha forma de ver, a maks viável: a de o PAIGC (partido que ganhou as eleições legislativas) ser chamado para formar um Governo - o seu, e preparar as eleições. Todo o cidadão guineense maior de idade deverá recensear-se, ninguém deverá ficar de fora. Depois, vamos às urnas! AAS