sexta-feira, 8 de junho de 2012

Obtusidade ou barbárie - é só escolher


Carissimo Aly,

Solicito a tua amabilidade para a publicação deste meu artigo no teu reputado blog, partindo do principio de que este meu exercicio de pensamento sobre a triste situação em que vive o nosso pais, deve ser, de uma forma ou outra partilhada por milhares dos meus concidadãos. Aproveito para louvar-te pela coragem e coerência da tua posição na denuncia e combate aos desmandos que se fez bandeira na Guiné-Bissau.
Certo de estarmos juntos nessa luta comum, grato antecipadamente e um abraço fraterno.

GHT

A ciclica situação de caricatura politica que se vive na Guiné-Bissau ao longo dos anos, com particular incidência nos tempos mais recentes, merece ser elegido como um modelo de caso estudo socio-politico-militar-tribal.

A Guiné-Bissau é um pais que tem estado mergulhado ha mais de trinta e dois (32) anos em conflitos recorrentes, caracterizado por sagas de violência e vendetas politicos ou militares, para os quais, aparentemente, até hoje, não se vislumbra uma solução à vista.

E, até quando?! Atrevo-me a perguntar. Quiça até nunca e para o sempre, se... NADA NAO FOR FEITO, se NAO AGIRMOS JUNTOS.

Irremediavelmente, de forma quase sadica, como se de uma maldição se tratasse, de cada vez que se perfilha um sinal de esperança, para que o nosso pais saia desse imenso atoleiro de retrocessos em que se encontra, vem, sempre um acontecimento nefasto a emperar o processo evolutivo em curso e, o pais sofre uma nova recaida, uma regressão ao seu estado primario de Estado sem prespectivas e sem sinais de paz e de desenvolvimento equilibrado e continuado. Enfim, o retorno à casa de partida, ao NADA, caracteristico de uma autêntica Republica das Bananas..., no nosso caso concrecto, infelizmente governado de facto, por grandes e enormes gorilhas que se dedicam ao seu desporto favorito : a pratica de matanças e golpes de estado.

Triste sina, tem o nosso pais!

Depois de quase duas dezenas de anos - isto é, a partir de novembro 1980 - a flutuar em incertezas e sem sinais minimos de desenvolvimento, a Guiné-Bissau resurge com sinais promissores de estabilidade e desenvolvimento nos ultimos 4 anos (2009/2012). Com a nova dinâmica, supôs-se, ser esse, o momento de sairmos do atoleiro e, ser finalmente a altura de reganhar-mos o comboio da via do desenvolvimento.

Porém, para nosso desgosto e desespero, foram apenas sinais fugazes de bom porto que pouco tempo durou, porquanto, sendo um caso sui generis, a Guiné-Bissau, pais com tendências sado-masoquistas e de auto-aniquilação, volta a retroceder no processo de retoma da estabilidade socio-politica e volta a falhar estrondosamente, ao ponto de sermos tratados e humilhados no nosso orgulho intimo, sendo a nossa soberania nacional velipendiada e enxuvalhada pela organização sub-regional dos caciques golpista da CEDEAO que, contra toda a logica dos seus propalados principios cauciona o golpe de estado e impõe-nos escandalosamente um «presidente» fantoche de 15%.

Nos ultimos quatro (4) anos, é indubitavel de que, foram alcançadas melhorias assinalaveis a quase todos os niveis da vida social e economica do pais (perdão de quase 90% do conjunto da divida externa, quer multilateral, quer bilateral, a realização de importantes investimentos em infraestructuras e meios estructurais de desenvolvimento, melhoramento substancial do nivel geral dos salarios dos servidores da função publica e seu pagamento atempado, assim como passos significativos foram dados com a cooperação angolana no âmbito da reforma do sector da defesa e da segurança).

Na verdade, o Governo recentemente destituido de forma ilegal e brutal tinha, principalmente com a cooperação financeira de Angola, objectivos bem delineados perspectivando um nivel de desenvolvimento com grau e potencial de competetividade real na sub-região. São os casos do projecto da exploração de bauxite e fosfato e, em particular o porto das aguas profundas de Buba, que seguramente, em termos de concurrenciais « apagaria do mapa » os portos de Dakar, de Abidjan e mesmo o do Bénin.

Apesar de sermos considerados o elo mais fraco, relativamente aos nossos vizinhos sub-regionais, esses indicadores de forte potencial de concorrência economica, a serem tornados realidade efectiva, não deixava os paises concernentes indeferentes e muito menos tranquilos em termos de disputa de espaços de competividade no mercado da UEMOA. Essa evidência afirmava-se ano apos ano face aos grandes progressos alcançados nos ultimos 4 anos pelo Governo então em funções.

Porém, foi mera aparência e expectativas de pouca dura, pelo que voltou a repetir-se o esta a tornar-se coriqueiro na Guiné-Bissau : mais um golpe de estado. Com o golpe de estado de 12 de abril, ficou também claro de que, não é somente os nossos vizinhos sub-regionais (particularmente o Senegal), que não querem ver a Guiné-Bissau a trilhar os caminhos da estabilidade e do desenvolvimento para assim deixar-mos de ser os bombos da festa da sub-região.

Face aos ultimos acontecimentos acima referidos, ficou claro como agua no espirito de todos guineenses de boa fé de que, existe efectivamente, um grupo de guineenses obtusos, inculcados de radicais complexos de inferioridade subtilmente forjados numa campanha de vitimização social, que ciclicamente, cada vez que o pais se apresta a dar passos importantes rumo ao desenvolvimento, vem, sucessivamente a contra-corrente do esforço patriotico de milhares de guineenses entravar o progresso.

Fazem-no, sempre recorrendo à força das armas em compadrio com actividades ligadas ao narcotrafico, interromper brutalmente o processo de desenvolvimento em curso desrespeitando vergonhosamente o nome do nosso pais no concerto das nações.

Num apice, a barbarie e irresponsabilidades de um grupo de pessoas mal intencionadas, com base em mentiras e invenções sem quaisquer fundamentos ou credibilidade), vem deitar por terra todo o trabalho ardua e louvavelmente erigido por guineenses honestos e patriotas empenhados e abnegados à causa nacional.

Esse grupo de meliantes da pior espécie que se faz ostensivamente de vitimas da sociedade e da vida (porque apesar de ostentarem pomposos titulos académicos não querem trabalhar honestamente, senão mamar do Estado), ja fizeram os guineenses viver a experiência amarga de o nosso pais ser considerado como um Estado-Circense entre 2000-2003, altura em que, a Guiné Bissau era alvo da chacota e anedotas na arena internacional.

Em 2004-2006, novas esperanças estavam a ser criadas, porém, abruptamente interrompidas, igualmente com a participação activa dessa seita do mal. Recentemente, com insubordinações e violências gratuitas, mais uma vez, a 12 de Abril, o grupo da barbarie volta de novo a entrar em cena, fazendo-se sentir no pior sentido com um ACTO DE PURA BARBARIE DEPONDO UM GOVERNO LEGITIMO E INTERROMPENDO O PROCESSO ELEITORAL EM CURSO..., tudo isso, porque estão cientes, de que tudo ficara como sempre, na PERFEITA IMPUNIDADE (suma mon di sal na yagu).

Lamentavelmente, enquanto uns sacrificam, labutando, construindo..., o grupo de guineenses obtusos e bananeiros vão atrasando e destruindo, colocando irresponsavelmente o nome da Guiné-Bissau pelos piores motivos nas bocas do mundo.

É assim que, infelizmente há quase quinze anos que esse grupo restricto de guineenses obtusos entrava o processo de desenvolvimento e estabilidade da Guiné-Bissau.

Assim, impõe-me perguntar aos meus concidadãos, irmão e a sociedade guineense ?

Até que ponto e até quando, a maioria dos guineenses vai continuar a submeter-se a uma minoria que promove o retrocesso e pleita o sub-desenvolvimento, que se acomoda num conceito retrogado de sociedade clãnica, que pensa maioritario no nosso pais pelo simples FACTO DE SEREM OS DETENTORES EXCLUSIVOS DAS ARMAS DA REPUBLICA, para com elas continuarem a MATAR-NOS, DESTRUIR O ESFORÇO COMUNITARIO DE EDIFICAÇÃO DO ORGULHO GUINEENSE E A DERRUBAREM GOVERNOS LEGITIMAMENTE ELEITOS..., na maior e MAIOR E SERENA IMPUNIDADE.

Até que ponto e até quando ??

Há que lhes dizer BASTA e juntos devemos enfrentá-los e combaté-los por quaisquer meios ao nosso alcance, em NOME DO FUTURO DA GUINE-BISSAU E DOS NOSSOS FILHOS.

GHT