quinta-feira, 28 de junho de 2012

Golpe militar preocupa gabinete anti-narcotráfico da ONU



O gabinete anti-narcotráfico da ONU (UNODC), está "preocupado" com o golpe de Estado de 12 de Abril na Guiné-Bissau e a tentar determinar o impacto no tráfico de droga no país, disse terça-feira o director do organismo, citado pela Lusa. "A UNODC pode apenas lamentar que isto tenha acontecido porque a Guiné-Bissau é um dos mais problemáticos países da África Ocidental, em termos de abertura das suas fronteiras ao abastecimento de droga ilícito da América do Sul, para a África Ocidental e também a União Europeia", afirmou o director do organismo, Yuri Fedotov.    

"Politicamente falando, (o golpe de Estado) é um evento preocupante, um motivo de preocupação que só pode prejudicar a situação", adiantou. Fedotov, afirma ser "cedo" para perceber com precisão se o tráfico aumentou após o golpe militar, cujos protagonistas incluem oficiais acusados pelo governo de ligação ao narcotráfico internacional. Promete respostas "num futuro próximo", quando estiver concluído um relatório de "avaliação de ameaças" na África Ocidental, em que a Guiné-Bissau será incluída.   

Na apresentação do relatório anual da UNODC, em Nova Iorque, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, alertou para o facto de o tráfico de droga estar a aumentar na África Ocidental e Central e a "minar severamente" Estados da região. "A governação na África Ocidental e Central está a ser severamente minada pelo crescente tráfico de drogas nestas regiões", adiantou Ban Ki-moon. "Não podemos ceder terreno aqueles que se alimentam da falta de lei e que usam países como caminho para a entrega de drogas ilícitas", prosseguiu.   

O relatório anual refere que as "afinidades linguísticas com o Brasil e alguns países africanos", fizeram com que Portugal tenha sido importante no transbordo de cocaína, sobretudo entre 2004 e 2007, perdendo de aí em diante a importância, como "porta de entrada" para o tráfico de droga sul-americana, através de países da África Ocidental. LUSA