domingo, 24 de junho de 2012

Disparates & Companhia, ilimitada



Caro amigo Aly,

Como habito sigo religiosamente o teu blog, dai deparei com naturalidade com as noticias relatando os disparates do Sr Faustino Fudut Imbali (FFI), pronunciando-se, ameaçando represalias contra a CPLP relativamente as posições assumidas pela CPLP face ao governo ilegitimo imposto pela CEDEAO na Guiné-Bissau. Não pretendo fazer considerações sobre essas suas declarações, porquanto alguns de meus compatriotas atentos ao caotico cenario que se vive na Guiné-Bissau, ja o destrataram suficientemente, indo até ao ponto de ridicularizaram essa sua patética saida.

Essa inopinada intervenção, podera constituir, para alguns guineenses uma surpresa, mas para mim, que conhece muito bem essa cabeça oca, esta longe de ser uma surpresa. Para mim, trata-se de uma mera constatação de um ser dubio e altamente perigoso que se nos da a conhecer.

FFI mostrou-nos com essa sua saida infantil em defesa de um grupo de golpistas que tomaram de assalto o poder na Guiné-Bissau, de que ele é, um verdadeiro embuste intelectual, um tribalista primario e um golpista frio e calculista. Porém, o que ha de bom em tudo isso é que, FFI finalmente da a conhecer aos guineenses uma outra faceta escondida desse malabarista politico-tribal da pior espécia. Melhor assim, pois passara a ser combatido implacavelmente pelos verdadeiros democratas do nosso pais.

Contudo, para aprimorar a mente de alguns dos nossos concidadãos que não o conhecem bem, caso me permitires fazer uso do teu blog, deixo aqui alguns dados, sobre esse dejeto de gente que pensa que pode enganar eternamente os guineenses.

Farei apenas menção a alguns actos e comportamentos que demostram algumas facetas obscuras que os guineenses devem conhecer do Sr «Ministro dos Negocios Estranhos da CEDEAO na Guiné-Bissau», Faustino Fudut Imbali, vulgo «djitu tem ku tem». Alguns factos e actos decerto ja foram expostos no teu blog, porém, para dar coerência a sua reportariação, entendo apresenta-los da forma seguinte:

1 – Foi na época da primatura de FFI, no reinado de KY que foram cometidos as maiores anomalias e desvios de procedimentos que o erário publico guineense conheceu desde a independência. Enquanto esteve a testa do governo da era KY por quase um ano e meio, é que foram postas em execução, as maiores técnicas de bandidagem economica financeira no seio das Finanças publicas tendo em vista a predação selvagem e incontrolavel dos bens publicos. Foi a época dos famosos desvios de procedimentos, levantamentos em «post-it» e bilhetinhos da primatura ou da presidência. Enfim, o erário publico era gerido como a taberna de Wana. Decididamente, FFI deixou-nos claro pela sua passagem na primatura, de que tinha mesmo «djitu»..., mas que esse «djitu» era versado para a pratica de falcatruas e roubalheira de bens publicos;

2 – Depois da primatura foi a fundação do seu partido que foi um fiasco autentico, pois aquilo não era mais do que uma fachada, para ir negociando a sua influência no seu contexto tribal e sacar dinheiro aos mais incautos que caiam no engôdo do seu falso projecto politico. FFI, depois da sua elogiada passagem pelo INEP, mostrou fora desse contexto que o seu back-ground era sustentado por largo e dedicado grupo de jovens pesquisadores guineenses. Prova disso, é que depois do INEP e de « Djitu tem ku tem », FFI não foi mais ninguém, nada mais produziu, pela simples razão de que, os outros trabalhavam para ele e ele colhia as honras, a gloria e a aurea de intelectual que no fundo não possuia;

3 – O FFI, foi o primeiro e o mais importante elo de ligação que permitiu o regresso de Nino Vieira para a Guiné-Bissau. Foi ele que serviu de intermediario para convencer o falecido General Tagmé Na Waié (TNW) a aceitar o regresso de Nino Vieira. Os primeiros contactos feitos em Conakry com a presença de HP, foi negociado e caucionado por FFI. Esta é uma das razões que os seus conterraneos balantas o culpam de ser um dos responsaveis da morte de TNW. Foi salvo pelo juramento de Nhinté (Lubu ka pudi kumé lubu);

3 – Apesar de ser visto com uma certeza reserva por alguns circulos mais radicais da sua etnia, todas as agitações politico-militares provindo do seu circulo étnico passa pelo seu caucionamento. Mesmo em Dakar, onde se faz de indigente, era regularmente chamado de urgência à Bissau para participar e dar a sua opinião pessoal sobre as grandes questões da Tabanca Garandi. A sua voz e parecer de «intelectual» é altamente tida em conta;

4 - O Faustino Fudut Imbali (FFI) esteve sempre ligado aos golpes de estado e situações insurreicionais organizados pelos oficiais balantas, quer quando esteve em Bissau, quer aquando da sua estadia, segundo diz, «forçada» em Dakar. Aqui ele coordenava todos os contactos com as influências e apoios tidos em Dakar, Burkina e Abidjan. Alias, foi FFI, quem, sob financiamento de um obscuro advogado da familia Vieira, coordenou a preparação do dossier da candidatura de Koumba Yala (KY). Ele é um falso democrata e, sera sempre um grande complotista insurreicional de cariz tribal;

5 - Na tentativa de golpe de estado (contestado por alguns politicos por oportunismo mas que, de facto existiu) em que resultou a morte de Helder Magno Proença (HP), Basiro Dabo (BD) e outros dois dos seus acompanhantes de ocasião, FFI esteve envolvido até ao tutano. A morte desses dois politicos, embora lhe queiram dar um cariz essencialmente politico, tem mais envolventes militares ligado a um jogo de compromissos ligado à atribuição pelos putativos golpistas do cargo de Chefe de Esatdo Maior General do Exercito (CEMGFA) a uma das duas principais figuras envolvidas nesse golpe. HP e BD estavam efectivamente envolvidos numa tentativa de golpe de estado que tinha como objectivo decapitar o chefe do governo de Carlos Gomes Junior (CGJ) por quem HP nutria um odio de morte, e também o CEMGFA de então, Zamora Induta (ZI) que também tinha que ser eliminado, pois HP sabia este não entraria nos seus jogos de narco-estado.

Na macabra historia da morte de HB, FFI jogou um papel fundamental pois ele era o elo de ligação entre as estruturas militares envolvidas no golpe de estado (Antonio Injai (AI) e Bubo Na Tchuto (BNT)) e o grupo do HP e BD. Nesse jogo de contactos à «partouze», embora HP tenha convencido o AI de que seria ele o escolhido para o cargo de CEMGFA, a sua escolha estava reservada para BNT com quem tinha a maxima confiança e ja tinham ligações profundas com negocios ligados ao narcotrafico.

A ligação de cumplicidade e confiança entre ambos é antiga e solidificou-se desde a célebre historia dos navios de «fiscalização maritima» da Morel & Proom que não seria mais do que uma encapotada rede de canalização de droga em alto mar para destinos europeus e norte-americanos. Portanto, BNT era o escolhido por HP para o cargo de CEMGFA e não AI como andava a enganar este. Descoberto o jogo, AI envia um comando à casa de FFI onde este é preso, severamente espancado e, posteriormente obrigado a ligar ao HP em mãos livre para o AI ouvir a conversa directamente.

Nessa ligação FFI insta HP a vir de urgência para Bissau (este estava em Dakar a coordenar um avultado investimentos num hotel de luxo e escritorios de alto standing). Esse um negocio financiado e montado pelos seus parceiros do narcotrafico, pois apos a sua morte tudo foi levado ou confiscado por terceiros sem um pio de quem quer que seja, incluindo familiares seus que trabalhavam com ele nesse empreendimento. FFI argumentava a urgência de vir para Bissau porque o esquema do golpe estava ja acertado e havia acordo total das chefias militares quanto a sua operacionalidade, dai a necessidade da sua presença para acertar os ultimos detalhes do golpe. Também FFI invocou-lhe como necessidade da sua presença, um tal negocio de venda de sua casa (ao lado da primatura), que também ja estava acertado e que o interessado tinha uma boa parte do dinheiro para lhe entregar. Era mais um engrediente para o engôdo fatal.

De seguida, sob orientações de AI pois queria ter a certeza da traição de HP, este questiona o HP sobre a questão de quem seria o efectivamente o CEMGFA apos a consumação do golpe de estado. FFI explica a pergunta, pois havia uma certa ansiedade e desconfiança entre o AI e BNT sobre quem ocuparia esse posto estratégico. Como resposta, HP responde ao FFI para deixar essa questão com ele pessoalmente, adiantando-lhe porém, que AI não lhe faz a minima confiança pois é instavel e desconfiado. Afirma-lhe que o seu CEMGFA é o BNT e que so chamou este para integrar o grupo pois sem a unidade de Mansôa não poderia haver golpe de estado na Guiné-Bissau.

Assim, apos constactar efectivamente a traição de HP através desse telefonema de FFI, AI entra imediatamente em acção e prepara a sua vingança contra HP virando o sentido dos acontecimentos. Acto subsequente, informa ZI da tentativa do golpe de estado e do estado avançado das operações e, este informa por sua vez o governo. Os dados estavam lançados... na madrugada do golpe, HP foi «dado» como morto à entrada de Bissau.

A morte BD nessa acção veio apenas por arrastamento, pois os executores materiais desses assassinatos sabiam que ele detinha sempre grandes quantidade de dinheiro para financiar essa operação, quantidade assinalaveis de droga guardada na sua residência com a qual podiam fazer dinheiro, além de joias e outros bens de alto valor. A apetência material para eliminar BD era enorme. Portando essa operação contra BD tinha duas vertentes, a vil intenção do roubo de um lado, e o mobil de eliminação de um participante potencialmente incomodo como testemunha nessa acção de golpe de estado, por outro lado.

Porém, essa operação, mostra o quanto AI é inteligente e habil estratega contrariamente ao que se pensa por ai: ele considerou esse golpe como uma simples etapa a seu favor para chegar ao posto de CEMGFA, razão pela qual aceitou o cargo de Vice-CEMGFA que sempre contestou e também, a parte mais interessante da sua estratégia : seria mais facil imputar esses assassinatos a mobil politico do que militar, isto é, era mais facil e numa analise superficial imputa-lo ao governo, particularmente ao CGJ como Chefe de Governo de que se sabia também não morrer de amores pelo HP e BD, alias é o que se tem tentado fazer ingloriamente e sem provas;

6 – O cargo pretendido por FFI no presente governo da CEDEAO para a Guiné-Bissau, era de Primeiro Ministro, alias assim se apresentava como futuro PM, tanto em Dakar, nos paises da sub-região e circulos de amigos. Saiu-lhe a lotaria de MNE e é o que se vê e se lamenta.

A enumeração de factos podia ser exaustiva, mas fico por aqui com a convicção de que, lamentavelmente, FFI so tem é mesmo Djitu para golpes de estado e desvios de procedimentos e, … também de comportamentos.
As mascaras continuarão a tombar e, chegara o dia em que ver-nos-emos livres de toda essa escumalha de gente falsa e podre.

Bem haja a Guiné-Bissau.

Almiro Correia.