sexta-feira, 22 de junho de 2012

Carta aberta ao 'ministro dos Negócios Estrangeiros'' da Guiné-Bissau



Sr. Faustino Imbali,

Ao ler o seu discurso sobre uma possível desvinculação da Guiné-Bissau da CPLP, apeteceu-me rir. Poupando-lhe a atalhos, aconselho-o a procurar um lugar na Commonwealth.

É triste ouvir de alguém que já pactuou com tantos golpes de Estado (o do 12 de abril foi apenas mais um) dizer disparates destes. Não é o sr. quem deve dizer se a Guiné-Bissau tem, ou não, sair da CPLP. Aliás, acho que esta organização - ao contrário da vergonhosa CEDEAO, que suspendeu a Guiné-Bissau e voltou a readmiti-la - devia suspender o nosso país, sim! É intolerável e vergonhoso, que continuem a gozar descaradamente com a vontade dos guineenses, pendurando-se nos militares e nas pontas das suas baionetas!

Saiam da CPLP, saiam e já! Assim, poupam-nos à vergonhosa catalogação de Estado narcotraficante e de assassinos! Saiam mesmo. Que pouca vergonha!!! São ex-governantes (Francisco Fadul, com todas as regalias que o Estado português lhe confere, só para dar um exemplo) a apoiar o golpe, valgloriando os militares, levando o nome da Guiné-Bissau aos píncaros do descaramento. Sr. Francisco Fadul, deixe tudo o que Portugal lhe dá e regresse à Guiné-Bissau. Lá, poderá apoiar todos os golpes, pois sabe bem o que é um golpe: apoiou a guerra de 11 meses (1998/99) que levou a Guiné-Bissau à destruiçào sem paralelo na sua história recente!

Sr. Faustino Imabli,

"Queremos dizer à CPLP o seguinte: a Guiné-Bissau é um país soberano e independente e as autoridades que estão na testa deste país são altamente competentes, responsáveis, e merecem o tratamento devido. Pedimos à CPLP uma coisa só, o diálogo". Ameaças? Claro...Soberano, sim, talvez; mas...independente? De quê mesmo?! Se nem pagar salários de miséria conseguem, se para fazer eleições é preciso que meio mundo retire os impostos dos seus cidadãos para alimentar a vossa eterna bandalheira!!!

Tenha vergonha na cara, sr. Faustino Imbali. Tenha vergonha, você e qualquer membro decapitado desse 'governo' de fantoches!

"Questionaremos" a permanência na CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa) caso a organização persista em vedar ao país "o direito de ser ouvido". Que direito? Ser ouvido para quê? Quem votou em si a ponto de "querer ser ouvido"? E, quem quererá ouvi-lo? E, sendo ouvido, o que diria mesmo? Onde estava o sr. Faustino Imbali durante todo esse tempo? E a fazer o quê mesmo? Ah, pois...a cozinhar o golpe que iria catapultá-lo para 'ministro dos Negócios Estrangeiros' que se tornou esquisito...

Aos países membros da CPLP:

Esta - a declaração do Faustino Imbali - é uma ameaça que deve ser levada a sério. E, por favor, suspendam a Guiné-Bissau da nossa organização. Nossa, sim, porque extravasa os políticos - a CPLP é uma organização dos seus Povos!

António Aly Silva, cidadão guineense e da CPLP com indisfarcável orgulho