domingo, 22 de abril de 2012

Vamos pensar na Guiné-Bissau e para a Guiné-Bissau

«A todos os Guineenses, meus irmãos vamos fazer um exercício mental sobre a situação do nosso país. É fundamental pensar antes de agir, para que as nossas atitudes não discordem com as nossas intensões. Os conflitos na Guiné-Bissau vêm dos tempos ancestrais. Mas olhando para o nosso passado recente, cerca de 15 anos atrás é possível fazer uma leitura cabal para perceber a situação atual. No ano de 1998 houve um levantamento militar denominado “Junta Militar”, tinha condições para ser uma grande revolução mas os factos mostraram que foi um grande erro. Sem querer dizer que a situação em que o país se encontrava era boa ou má., aqui o objectivo é encontrar uma solução plausível. A forma como a “Junta Militar” foi pensada e todo o processo pós-Guerra evidenciou muitas lacunas. Faltas que se fazem sentir hoje passados 14 anos. Houve muitas mortes durante o período em causa (…) nada do que aconteceu é para esquecer, porque ao esquecermos do nosso passado podemos correr o risco de cometer o mesmo erro. Agora vamos todos pensar: o que queremos da nossa Guiné? A resposta passara por, “um país justo e próspero”. Neste instante tem que responder a uma outra questão mais pertinente mas sempre de olhos apontados para aquela que é o nosso grande objectivo “um país justo e próspero”. No dia 12 do Abril de 2012 houve um novo levantamento militar denominado “Comando Militar”, mas em circunstâncias completamente destintas à de 7 de junho 1998. Agora a população está cansada porque as guerras passadas não evidenciaram melhorias que justificassem tal sacrifício, os militares estão cansados, a comunidade internacional está cansada. Isso é verdade porque o problema da Guiné é de difícil resolução. Os militares insurgirão de novo contra o governo, desta vez reclamam que existe um acordo secreto entre o Governo Guineense e o Governo de Angola, com vista à utilização da força contra as Forças Armadas da Guiné-Bissau (…) Nós população não sabemos, queremos saber o porque e para que se for verdade tal acusação, mas esse processo tem que cumprir a legalidade constitucional. No meio disso os militares com arma querem dissolver o governo, para tal propuseram um órgão transição formado por alguns partidos polítlºicos para governar o país até uma próxima consulta popular que vai se realizar no prazo de dois anos. A população através das associações e organismos, de várias formas tem dito que não quer a guerra seja qual for o motivo. Bem a população neste momento não tem força de decisão, é só nas eleições é que o povo decide pela maioria e neste momento é complicado descortinar a vontade popular. Logo a população está dependente da comunidade internacional e da força da arma dos militares. Mas a população continua a gritar “não queremos qualquer tipo de guerra”. A comunidade internacional cansada com os problemas da Guiné e principalmente com os problemas dos militares. A comunidade internacional tem que agir aos apelos da população, e não sabe como. Poderá optar pelo uso da força, mas essa solução pode esconder vários outros problemas. Também não pode aceitar as condições dos militares porque seria altamente conflituosa. No entanto pediu a rendição dos militares e o restabelecimento da ordem constitucional. E agora? Cabe a nós herdeiros e pensadores meditar numa solução que vai responder a todas essas questões mas sempre com a responsabilidade de levar a Guiné a ser “país justo e próspera”. Podemos recorrer a teoria de jogos e ao equilíbrio de Nash para chegarmos a uma solução Paretiano. O jogador um é “Comando Militar” com a estratégia (cooperar, não cooperar) e o jogador dois “Comunidade Internacional” com estratégia (atacar, não atacar) os pagamentos já é mais complexo de quantificar mas através da análise caso a caso podemos chegar a esses valores. Pela exclusão de parte podemos tirar algumas das eventuais soluções. O governo de transição neste conteste sociopolítico não coaduna (…), seria (não cooperar, não atacar) Uma força de interposição aos militares Guineenses não é uma boa solução (…), seria (não cooperar, atacar). A condenação dos militares ou a sua prisão também não é uma boa solução (…), seria (cooperar, atacar) A única solução que resta mas complicada é a rendição e reposição da ordem constitucional e abertura de inquérito para apurar as verdades, seria (cooperar, não atacar). É sobre este ponto que temos que debruçar e não dar margem a qualquer outra hipótese de resolução deste dilema, porque as coisas tem que ser resolvidas com cabeça fria para não corrermos o erro de mais tarde termos mais problemas do que já temos. As duas partes “Comando Militar” e “Comunidade Internacional” têm que ter presente que as suas ações são propensos de erro e esses erros podem ser desproporcionais e os custos, e nós é que pagamos sem margem de dúvida. Mas futuramente irão ser responsabilizados. Aos militares apelamos a rendição e reposição do poder constitucional, essa solução acarreta menos custos para ambas as partes e para a população Guineense. Os militares devem juridicamente produzir provas das acusações e junto aos órgãos competentes fazerem valer os seus direitos. Nós vamos apoiar nesse sentido, para mais tarde se apurar os verdadeiros culpados. Esses sim vão pagar como a lei manda. Este apelo parece evidenciar melhor resposta possível no meio de tanta confusão e maldade para com o povo sofredor. Obrigado. Pascoal Correia Alves Junor. Economista. Lisboa»