sexta-feira, 30 de setembro de 2011

George Wright chegou a socializar com o embaixador americano na Guiné-Bissau

John Blacken, que era então o representante diplomático americano na Guiné-Bissau, disse à Associated Press que ficou muito espantado quando soube da detenção de Wright porque na altura convivia com ele e com a sua mulher, e que ambos terão até trabalhado em projectos de tradução para a embaixada americana na Guiné-Bissau.

Photobucket

“Tudo isto foi uma grande surpresa, meu Deus, o assassinato e tudo o resto”, disse Blacken numa entrevista telefónica a partir de Bissau. “Ninguém o tomava por assassino. Claro que não o conhecíamos assim tão bem, mas parecia uma pessoa normal, nada radical”.

O diplomata disse ainda que nunca foi avisado do historial de Wright e que nunca pensou, enquanto embaixador, que ele pudesse ter semelhante passado. “Se tivesse recebido semelhante informação, teria respondido”, acrescentou Blacken. “Ele era conhecido por 'Jack' na Guiné e é estranho que a justiça americana nunca o tenha localizado lá”.

As autoridades governamentais americanas não comentaram ainda o facto de Wright ter passado pela Guiné-Bissau e ter até convivido com membros da embaixada, escreve o “The Guardian”.

George Wright andava fugido à justiça americana há 41 anos e residia em Portugal há mais de 20 quando decidiu entrar em contacto com uns familiares nos EUA. Foi esse telefonema que o traiu. Na passada segunda-feira Wright foi preso pela Polícia Judiciária nos arredores de Sintra, onde era conhecido por José Luís Jorge dos Santos.

A carreira de “fugitivo internacional” de Wright começou quando se evadiu da Prisão Estadual de Bayside, em Leesburg, onde cumpria o oitavo ano de uma pena de 30 anos, pelo assassínio de um veterano da Segunda Guerra Mundial, em 1962, num assalto à mão armada. Depois disso, ajudou a desviar um avião da Delta Airlines e aterrou na Argélia. Depois disso desapareceu dos radares, mas sabe-se agora que andou pela Guiné-Bissau, França e Portugal. (P.)