segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Lar verde Sul

Quem me conhece sabe que não sou pessoa de desistir facilmente. Tenho, de resto, o empenho estampado no rosto.

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Gosto deste País. Dez minutos depois de atravessar as suas fronteiras, começo a sentir arrepios. Bom, dez minutos talvez seja exagerado; Que sejam cinco. Mas de certeza que de trinta minutos não passa. Pessoalmente, tenho dificuldade em orgulhar-me das coisas que me acontecem por casualidade, mas como escreveu o Fernando Pessoa «o lugar onde se nasce é o lugar onde mais por acaso se está». Outra frase com a sua piada.

Eu nasci na Aldeia Formosa (actual Quebo). Tenho uma irmã enterrada no Quebo. Morreu com apenas três anos de idade. Já lá fui umas vezes, passei outras tantas sem parar e confesso que nem de uma nem de outra vez senti grande coisa. Não me vieram - ao contrário dos piegas - lágrimas aos olhos, nem me deu vontade de escrever contos. Nem sequer um poema.

Pouco me importa que milhão e meio de guineenses desconheça onde fica a vila do Quebo, ou quantos habitantes terá ou teve em tempos. Ou sequer se tem tradições, e já agora quais serão. Trata-se de um sítio, e pronto.

O facto de eu lá ter nascido - como de resto já adivinhava enquanto a minha querida Mãe andava comigo às voltas - não transformou Quebo num lugar especial, e é assim que está bem. Um sítio banal, aquele onde eu nasci. Não o trocaria por nenhum outro, mas por agora: vou-me embora. Vou para o outro Sul. E será sempre o eterno Sul cheio de estrelas e de noites intermináveis.

Abraço todos,

António Aly Silva